São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2008

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Pan forja um Brasil potência no hipismo

País irá a Pequim com times completos nas 3 modalidades

ADALBERTO LEISTER FILHO
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez na história, o Brasil garantiu o direito de enviar para a Olimpíada equipes completas de hipismo nas três modalidades (saltos, adestramento e Concurso Completo de Equitação, o CCE).
Todas as vagas brasileiras foram garantidas no Pan do Rio.
Na lista, divulgada na última semana pela FEI (Federação Eqüestre Internacional), além de Brasil, somente Austrália, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Suécia e EUA, todas potências da modalidade, garantiram o mesmo privilégio.
Nem nações de prestígio nos esportes eqüestres, como Suíça, Holanda, França e Bélgica, atingiram esse patamar.
E até a anfitriã China não terá equipe completa em nenhuma competição -o país-sede tem vaga garantida. No entanto, os chineses, sem tradição no esporte, terão só duas montarias participando do CCE.
Para a CBH, o aumento da participação nacional servirá de trunfo para a popularização do esporte, que ainda é considerado de elite pela população.
"A expectativa é o crescimento do número de praticantes, o que, a médio e longo prazo, irá representar a consolidação técnica, visível através da conquista de títulos importantes", diz Maurício Manfredi, presidente da confederação brasileira.
Apesar do discurso otimista, a realidade brasileira ainda está a anos-luz de distância das potências. Do rol dos países que estarão completos em Pequim, sobressaem alguns que mais ouros olímpicos ganharam.
São Alemanha, com 34 vitórias, Suécia (17 ouros), EUA (dez), Reino Unido (seis), Austrália (cinco) e Canadá (um). O Brasil soma um ouro, com Rodrigo Pessoa em Atenas-2004.
Apesar disso, Manfredi minimiza o fator casa. "Posso afirmar, sem medo de errar, que com essas equipes nos classificaríamos onde quer que fossem os Jogos", acredita o cartola, que prevê disputa de medalhas em todas as disciplinas.
A expectativa do dirigente não encontra respaldo nem entre os responsáveis por duas delas: adestramento e CCE.
O caso mais gritante é o do primeiro, no qual os brasileiros ainda não tiveram participação significativa em Olimpíadas.
"Desde 1912 nunca conseguimos nada. Culturalmente temos poucos praticantes", lamenta o coronel Salim Nigri, diretor de adestramento.
Eduardo Migon, diretor de CCE da confederação, diz que, na modalidade, o Brasil está no segundo nível dos países na Olimpíada. "Melhoramos muito nos últimos anos, mas vamos a Pequim disputar, no máximo, o quinto lugar [por equipe]."
Hoje, Luiza Almeida, 16, bronze no Pan por equipes no adestramento, tenta a vaga olímpica, em seletiva em São Paulo. Até agora, Rogério Clementino é o único classificado.


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