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Pan forja um Brasil potência no hipismo
País irá a Pequim com times completos nas 3 modalidades
ADALBERTO LEISTER FILHO
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na história,
o Brasil garantiu o direito de
enviar para a Olimpíada equipes completas de hipismo nas
três modalidades (saltos, adestramento e Concurso Completo de Equitação, o CCE).
Todas as vagas brasileiras foram garantidas no Pan do Rio.
Na lista, divulgada na última
semana pela FEI (Federação
Eqüestre Internacional), além
de Brasil, somente Austrália,
Canadá, Reino Unido, Alemanha, Suécia e EUA, todas potências da modalidade, garantiram o mesmo privilégio.
Nem nações de prestígio nos
esportes eqüestres, como Suíça, Holanda, França e Bélgica,
atingiram esse patamar.
E até a anfitriã China não terá equipe completa em nenhuma competição -o país-sede
tem vaga garantida. No entanto, os chineses, sem tradição no
esporte, terão só duas montarias participando do CCE.
Para a CBH, o aumento da
participação nacional servirá
de trunfo para a popularização
do esporte, que ainda é considerado de elite pela população.
"A expectativa é o crescimento do número de praticantes, o
que, a médio e longo prazo, irá
representar a consolidação técnica, visível através da conquista de títulos importantes", diz
Maurício Manfredi, presidente
da confederação brasileira.
Apesar do discurso otimista,
a realidade brasileira ainda está
a anos-luz de distância das potências. Do rol dos países que
estarão completos em Pequim,
sobressaem alguns que mais
ouros olímpicos ganharam.
São Alemanha, com 34 vitórias, Suécia (17 ouros), EUA
(dez), Reino Unido (seis), Austrália (cinco) e Canadá (um). O
Brasil soma um ouro, com Rodrigo Pessoa em Atenas-2004.
Apesar disso, Manfredi minimiza o fator casa. "Posso afirmar, sem medo de errar, que
com essas equipes nos classificaríamos onde quer que fossem
os Jogos", acredita o cartola,
que prevê disputa de medalhas
em todas as disciplinas.
A expectativa do dirigente
não encontra respaldo nem entre os responsáveis por duas
delas: adestramento e CCE.
O caso mais gritante é o do
primeiro, no qual os brasileiros
ainda não tiveram participação
significativa em Olimpíadas.
"Desde 1912 nunca conseguimos nada. Culturalmente temos poucos praticantes", lamenta o coronel Salim Nigri,
diretor de adestramento.
Eduardo Migon, diretor de
CCE da confederação, diz que,
na modalidade, o Brasil está no
segundo nível dos países na
Olimpíada. "Melhoramos muito nos últimos anos, mas vamos
a Pequim disputar, no máximo,
o quinto lugar [por equipe]."
Hoje, Luiza Almeida, 16,
bronze no Pan por equipes no
adestramento, tenta a vaga
olímpica, em seletiva em São
Paulo. Até agora, Rogério Clementino é o único classificado.
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