São Paulo, segunda-feira, 09 de maio de 2011

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Árbitro rala mais na concentração

PAULISTA
Antes da final, juiz faz análise tática de times e até ioga

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

As equipes de arbitragem que apitam as partidas decisivas do Paulista são submetidas a uma maratona de atividades nos dois dias de concentração que antecedem os jogos: da análise tática das duas equipes, a aulas de expressão corporal, técnica de respiração e relaxamento, até a discussão das regras.
Contrasta com a situação dos atletas, que usam a concentração para descansar.
A Folha acompanhou a concentração da equipe que trabalhou ontem na primeira partida da final do Estadual, que realizou no início da manhã de anteontem check-in em um hotel na Vila Olímpia.
A exemplo dos atletas, são proibidos de deixar o local -saíram só às 13h de ontem, rumo ao Pacaembu. As visitas íntimas são proibidas. Para ajudar a passar o tempo, livros, revistas de sudoku e partidas de futebol na TV.
Depois de se acomodarem em seus quartos, a equipe, mais Roberto Perassi, diretor da escola de árbitros da federação, e o psicólogo Gustavo Korte, analisam vídeos de jogos das equipes. Trata-se de trabalho de análise tática.
Um dos teipes analisados foi o duelo entre Corinthians e Santos na fase de classificação. Perassi apontou as atuações dos ataques, das zagas e falou do impacto da ida de Muricy Ramalho no Santos.
""A equipe está diferente, melhor, menos faltosa e praticamente não reclama. É uma vantagem que temos de saída", argumentou Perassi.
""Outra característica [do Santos] são os contra-ataques em jogadas de velocidade que irão exigir mais dele [o juiz]. O Santos tem uma grande capacidade de mudar de direção. E é aí que entram vocês", orientou ele, ao apontar o dedo indicador na direção dos auxiliares adicionais.
""Temos a equipe A, a equipe B, e a equipe C. Nos vemos como uma equipe que está disputando a competição", explicou Cleber Wellington Abade, 45, que pela atuação de ontem recebeu R$ 2 mil.
A sessão contou também com participação de Korte, que falou à equipe sobre exercícios de respiração e sobre expressão corporal.
""Nos momentos decisivos, que requerem muita calma, respirem fundo, vagarosamente, só com o nariz, para manter o foco", ensina a técnica, também ensinada por instrutores de ioga a alunos.
""Não entre em discussões. Use só a linguagem gestual com os jogadores. Se falar, você abre uma linha de comunicação para eles reclamarem. Com os gestos, todo mundo "lê" o que você fala".
Para finalizar, ontem, após o café da manhã, ouviram preleção do coronel Marcos Marinho, chefe de arbitragem da FPF. Em clima descontraído, Marinho repetiu a importância do jogo de ontem e valorizou os auxiliares.


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