São Paulo, Domingo, 09 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

A virtude mora ao lado

Colunista da Folha Doutor Tostão, seja bem-vindo. A vizinhança agradece. Não fosse por tantos outros motivos, pela valorização que sua proximidade garante.

O eloquente silêncio da FPF e, agora, o da CBF, sobre os casos de suborno na Lusa, falam muito mais que um milhão de palavras.

E por falar em CBF: quando será tornado público o anexo ao contrato feito com a Nike?
Há o que esconder?

De Eduardo Viana, sobre as mensagens por baixo das camisas dos jogadores nas comemorações de gol: "Acho que não existe qualquer tipo de problema, desde que não haja nenhuma mensagem agressiva a uma instituição, pessoa ou dirigente". Enfim, está tudo explicado. Cartolas são uma coisa, pessoas são outra. Que alívio!

O Ladetec, que ocultou um caso de doping pelo Brasileiro de 93, jogo entre São Paulo e Bahia, está de parabéns: não olhou para a importância dos atletas ao denunciar dois tricolores, um gremista e outro baiano. Só que, agora, é posto sob suspeita de não ter competência para tanto até por uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, o ex-médico do Grêmio Eduardo de Rose. O tema é delicado, difícil e para especialistas.
O que se sabe é que raramente um jogador admite a falta (como Dinei e Clébson admitiram), e mais raramente ainda quem é pego está inocente.

Como sonhar não paga imposto, os corintianos apostam que vão repetir contra o Palmeiras o que os palmeirenses fizeram com o Vasco.
Então, no primeiro jogo, no Parque Antarctica, Carlos Germano fechou o gol e garantiu o empate que parecia suficiente para classificar os cariocas.
Depois, em São Januário, Carlos Germano foi substituído por Márcio, que deu três gols ao Palmeiras. O problema alvinegro é que quem vai jogar no lugar de Marcos na quarta-feira é o próprio Marcos.

Já os palmeirenses garantem que Amaral continua com o coração verde.
Como os torcedores do Boca Juniors, a partir de 1991, garantem que Guinei era Boca desde criancinha, e os do Grêmio não têm dúvida, de 1996 para cá, que Alexandre Lopes sempre foi tricolor. É a sina corintiana na Libertadores nesta década, além da falta de cabeça.

Prometi voltar ao tema das torcidas organizadas com algumas contribuições dos leitores e não posso cumprir: apaguei sem querer todas as mensagens recebidas sobre o tema, razão pela qual peço que sejam enviadas novamente.
Principalmente uma que propunha nova forma de organização, por células em cada bairro, coisa bem bolada.
Seja como for, já fica um registro importante, de uma leitora que jamais se conformou com a extinção das organizadas, mas que mudou de opinião na última quarta-feira quando viu, no meio da Gaviões, Palmeiras x Corinthians.
"Foi lindo ver a Gaviões com a camisa do Corinthians, cantando o hino do Corinthians, fazendo suas evoluções e coreografias. Acho que é melhor deixar como está", admitiu.


Juca Kfouri escreve aos domingos, terças e sextas


Texto Anterior: Instabilidade cria artilheiros inesperados
Próximo Texto: Futebol no mundo - Rodrigo Bueno: Sete vidas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.