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Provaram ser imbatíveis
ROBERTO PETRI
especial para a Folha
Eles impressionaram logo
de cara. E depois provaram
ser quase imbatíveis.
Era uma equipe de jogo
clássico, brilhante e ao mesmo tempo contundente.
Seu goleiro, um fenômeno
(Bacigaluppo). Os laterais
(Ballarin e Tomá), dois
marcadores resolutos no
desarme. Os dois volantes,
dentro do W-M empregado
pelo treinador britânico
Lievesey, eram pegadores e
sabiam organizar os ataques (Grezar e Castigliano).
Rigamonti atuava com a
seriedade de todo central
europeu daqueles tempos.
O meia-esquerda, Valentino Mazzola, não só funcionava como líder do time e
da seleção, como era o astro
maior. Tratava-se do regista, o arquiteto das melhores
jogadas. Havia Menti, um
ponta veloz, de forte chute.
Ao lado vinha o cerebral
meia Loick.
O goleador (cabeceador
emérito) Gabetto comandava o ataque. Era o único
campeão mundial de 1938
(reserva do célebre Silvio
Piola). Só o ponta-esquerda, Ossola, poderia ser considerado o menos técnico.
Nove eram convocados
para a Azzurra do pós-guerra, e sete jogavam.
Quem não veio foi Maroso,
lateral-esquerdo titular do
escrete, também morto no
desastre aéreo.
Assim os vi, nos quatro jogos no Pacaembu, na célebre terceira temporada em
julho de 1948. Levado pelas
mãos de meu pai, oriundo
da Toscana, que também
não se furtou a uma lágrima, quase um ano depois,
quando o mundo tomou
conhecimento da brutal
tragédia. A mesma lágrima
que me escapa há 50 anos
do lamentável episódio.
Roberto Petri é comentarista da
ESPN-Brasil e CBI
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