São Paulo, Domingo, 09 de Maio de 1999
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Provaram ser imbatíveis

ROBERTO PETRI
especial para a Folha

Eles impressionaram logo de cara. E depois provaram ser quase imbatíveis.
Era uma equipe de jogo clássico, brilhante e ao mesmo tempo contundente. Seu goleiro, um fenômeno (Bacigaluppo). Os laterais (Ballarin e Tomá), dois marcadores resolutos no desarme. Os dois volantes, dentro do W-M empregado pelo treinador britânico Lievesey, eram pegadores e sabiam organizar os ataques (Grezar e Castigliano).
Rigamonti atuava com a seriedade de todo central europeu daqueles tempos. O meia-esquerda, Valentino Mazzola, não só funcionava como líder do time e da seleção, como era o astro maior. Tratava-se do regista, o arquiteto das melhores jogadas. Havia Menti, um ponta veloz, de forte chute. Ao lado vinha o cerebral meia Loick.
O goleador (cabeceador emérito) Gabetto comandava o ataque. Era o único campeão mundial de 1938 (reserva do célebre Silvio Piola). Só o ponta-esquerda, Ossola, poderia ser considerado o menos técnico.
Nove eram convocados para a Azzurra do pós-guerra, e sete jogavam. Quem não veio foi Maroso, lateral-esquerdo titular do escrete, também morto no desastre aéreo.
Assim os vi, nos quatro jogos no Pacaembu, na célebre terceira temporada em julho de 1948. Levado pelas mãos de meu pai, oriundo da Toscana, que também não se furtou a uma lágrima, quase um ano depois, quando o mundo tomou conhecimento da brutal tragédia. A mesma lágrima que me escapa há 50 anos do lamentável episódio.


Roberto Petri é comentarista da ESPN-Brasil e CBI

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