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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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VÔLEI

Dias melhores

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

De pois do Mundial de 2002 algo parecia fora de ordem no vôlei. A Itália, sem tradição, foi campeã, e as brasileiras acabaram em sétimo lugar.
Ontem, na Suíça, na decisão da Volley Masters, o primeiro grande torneio do ano, o Brasil ficou com a medalha de bronze e a Itália acabou em quinto lugar.
Ok, você pode estar pensando: mas o time brasileiro tem história e jogadoras para disputar uma final, ainda mais nestes tempos em que Cuba, passando por um processo de renovação, é carta fora de baralho.
Mas não dá pra esquecer que a seleção vive tempos de reconciliação. Virna e Raquel, que pertenciam ao grupo de cinco atletas que pediram dispensa por problemas com o técnico, voltaram há menos de dois meses. Mas ainda falta uma levantadora mais experiente como Fofão, que não quis retornar ao time.
As duas atacantes se juntaram a uma equipe com jogadoras jovens como Paula Pequeno e Marcelle, que no ano passado foram promovidas a titulares por causa da ausência das rebeladas, e tiveram que amadurecer na marra. O resultado é que este ano promete ser bem melhor do que aquele que passou.
Ontem, na decisão da medalha de bronze, o Brasil teve pela frente os Estados Unidos, que têm conseguido se manter no grupo dos quatro desde os Jogos Olímpicos de 2000. Em Sydney, as norte-americanas ficaram em quarto lugar, atrás de Cuba, Rússia e Brasil. No último Mundial, já foram vice-campeãs.
A vitória da seleção brasileira por 3 sets a 1 tem um significado especial: dá tranquilidade para o técnico Marco Aurélio Motta trabalhar. Desde o ano passado, por causa do pedido de dispensa das jogadoras e alguns resultados da seleção, ele tem sido duramente criticado e vivido um verdadeiro inferno astral.
Na última quarta-feira, a Folha publicou uma entrevista de Marco Aurélio feita pela repórter Mariana Lajolo, na qual ele, sempre tão contido, abriu o coração. Disse que existe disponibilidade para conversar com Érika, Elisângela e Fofão, mas isso não garante a volta de ninguém.
Ao ser perguntado se temeu perder o cargo, a resposta dele impressiona: "Acho que a minha imagem pública é a pior possível. Um cara doido, que resolveu brigar com todo mundo. Se eu lesse os jornais e não tivesse minha auto-imagem, me dava um tiro".
Pois é, vida de técnico não é fácil. O certo é que Marco Aurélio conseguiu bravamente se manter no cargo já que as pressões não foram nada pequenas. O bom nessa história é que aos poucos ele está remontando a equipe.
O próximo desafio é o Grand Prix, em julho. Mas o torneio que interessa mesmo é a Copa do Mundo, em novembro, no Japão, que vale três vagas nos Jogos de Atenas. E eu continuo com a minha campanha: "Volta, Fofão".
Já na decisão na Volley Masters, ontem, as gigantes da seleção da Rússia, que eram as favoritas, mais uma vez dançaram. Foram surpreendidas pelas chinesas, que conquistaram o título com uma vitória por 3 sets a 2.

Reforços 1
O Rexona está montando uma equipe para brigar pelo título da Superliga. O time contratou a levantadora Fofão, a oposto Elisângela e a central Marina. As três jogavam no Minas. O Rexona também renovou com cinco atletas: as atacantes Sassá, Cláudia e Edna, a levantadora Camila e a líbero Daniela. Já o Minas trouxe Gisele para o lugar de Fofão e já acertou com Virna, Raquel e a líbero Arlene.

Reforços 2
O Bento Gonçalves, que ficou em um surpreendente sexto lugar na última Superliga, também se reforçou. Com um novo patrocinador (Union Pack), contratou os atacantes Léo (ex-Banespa), Dante (ex-Ulbra), Maurício Pagnota (ex-Suzano) e o líbero Fernando Rabelo (ex-Lupo). O técnico é Jorge Schmidt, três vezes campeão brasileiro.

E-mail cidasan@uol.com.br


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