São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2008

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Basquete inicia seletiva olímpica mundializada

Torneio feminino, que era continental até Atenas-04, busca corrigir distorções

Nova fórmula não evita que times mais badalados, como Brasil e a anfitriã Espanha, convivam com equipes de pouca expressão mundial


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro jogos -ainda sem a seleção feminina em quadra- abrem hoje o Pré-Olímpico Mundial de basquete. O torneio, disputado em Madri, distribui as cinco últimas vagas na Olimpíada de Pequim-08.
A mundialização da seletiva busca satisfazer, em parte, as reivindicações dos países.
"O ideal era que tivéssemos mais vagas na Olimpíada. Hoje, dentro da nossa realidade, 12 é pouco", diz Patrick Baumann, secretário-geral da Federação Internacional de Basquete.
A reclamação do basquete é antiga, mas tem pouca chance de ser atendida. Das 12 vagas atuais, uma fica com o campeão mundial -a Austrália- e outra vai para o país-sede -a China.
Mais cinco lugares ficaram com os campeões das seletivas continentais: Coréia do Sul (Ásia), EUA (América), Mali (África), Nova Zelândia (Oceania) e Rússia (Europa).
Com a criação do Pré-Olímpico Mundial, a Fiba tenta diminuir injustiças. Anteriormente a divisão de vagas entre os continentes obedecia às posições do Mundial anterior.
Tal partilha dava abertura a aberrações. Em Atenas-04, europeus e americanos criticaram o excesso de asiáticos na Olimpíada. Argumentavam com o sofrível desempenho: os representantes do continente finalizaram o torneio em três das quatro últimas posições.
O problema é que a nova fórmula deu vazão a novas distorções. Na Espanha, seleções badaladas como a anfitriã, vice-campeã européia, e o Brasil, quarto colocado nos últimos Mundial e Olimpíada, conviverão com rivais modestos como Fiji, Taiwan, Japão e Angola.
"Acho que tem que haver essa representatividade dos continentes. Não sou contra a presença de equipes assim no Pré-Olímpico Mundial", pondera Paulo Bassul, técnico do Brasil.
Porém, o torneio é criticado por ser de tiro curtíssimo.
Após passar pela primeira fase, dividida em quatro grupos de três países, as equipes jogam sua participação na Olimpíada em só uma partida nas quartas-de-final, que serão realizadas na cabalística sexta-feira 13.
"Vai ser difícil controlar a ansiedade. Será uma partida nervosa", teme a ala Valdemoro, principal estrela da Espanha.
Quem vencer já garante lugar na Olimpíada. Ou seja, após três duelos, é possível assegurar participação em Pequim. Os derrotados irão para o "purgatório" da repescagem, no sábado e domingo, no qual será disputada a última vaga olímpica.
Não bastasse isso, o Brasil caiu na chave mais difícil. Após a primeira fase, a seleção feminina deve enfrentar Cuba ou Belarus nas quartas-de-final.
A Argentina, o outro país sul-americano no sorteio dos grupos, deve pegar Japão ou Senegal, times menos perigosos.
Independentemente disso, a seleção feminina é o maior trunfo da confederação nacional. O time tem assegurado o basquete do país na Olimpíada, já que o masculino não vai aos Jogos desde Atlanta-96.
E, na seletiva para Pequim, sem Leandrinho, Nenê e Anderson Varejão, os homens terão só três vagas em disputa em seu Pré-Olímpico Mundial.


NA TV - Espanha x Fiji
ESPN e TV Esporte Interativo, ao vivo, às 7h45

NA TV - Rep. Tcheca x Argentina
ESPN Brasil e TV Esporte Interativo, ao vivo, às 15h



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