São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Mão cheia

Seleção de Dunga registra desempenho arrasador no ataque e na defesa quando o treinador aposta no banco de reservas

Ricardo Nogueira/Folhapress
Elano e Kleberson disputam a bola em treino na última sexta

EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Não é só nos bons resultados que Dunga, novato na profissão, tem desempenho de dar inveja aos medalhões.
O desempenho da seleção brasileira sob o seu comando mostra que ele também é muito bom em ajustar a equipe no decorrer das partidas, qualidade que infla o ego de qualquer treinador.
Contando apenas os jogos oficiais, quando as substituições são mais restritas e importantes, a performance do time nacional a partir da primeira mudança feita por Dunga é arrasadora.
Em 29 jogos por eliminatórias, Copa das Confederações e Copa América, o Brasil marcou 25 gols e sofreu apenas dois após o time ser mexido, o que dá um saldo de 23.
Com a equipe inicial, mesmo com mais minutos de bola rolando, a diferença entre gols marcados e sofridos fica em 15 (36 pró e 21 contra).
Em alguns casos, é até possível dizer que as trocas de Dunga foram feitas para corrigir erros na escalação inicial. Mas a comparação com outros treinadores dá mais argumentos para defender as substituições do atual comandante da seleção.
Na Copa das Confederações do ano passado, por exemplo, o Brasil marcou sete tentos e não sofreu nenhum a partir da entrada em campo do primeiro reserva.
Na mesma competição, em 2005, quando o time estava sob a direção de Carlos Alberto Parreira, a seleção balançou as redes só duas vezes e foi vazada em três oportunidades depois de a formação inicial ter sido desfeita.

DECISIVO
Algumas das trocas feitas por Dunga mudaram o panorama e também o placar final do jogo. Foi o que aconteceu, no ano passado, pelas eliminatórias sul-americanas diante do Equador, em Quito.
O Brasil era massacrado (foram mais de 30 finalizações do time da casa). Dunga então trocou Ronaldinho por Júlio Baptista, e ele fez o gol brasileiro no empate em 1 a 1.
Até quando "inventou", Dunga se deu bem. Nas semifinais da Copa das Confederações, contra a África do Sul, ele colocou Daniel Alves improvisado na lateral esquerda. Em cobrança de falta, o jogador fez o gol que pôs a seleção na decisão da competição, da qual foi campeã.
Só que o sucesso das trocas feitas por Dunga, dessa vez em um amistoso, fizeram o treinador ter que ouvir perguntas sobre possíveis mudanças no time que estreia na Copa na próxima terça, às 15h30, contra os norte-coreanos, em Johannesburgo.
Anteontem, só depois das entradas de Daniel Alves, Josué e, principalmente, Ramires (autor de dois gols), o time deslanchou na vitória de 5 a 1 sobre a frágil Tanzânia.
Mas Dunga não dá sinais de que fará modificações na equipe tradicionalmente titular. Mudanças, por enquanto, só durante os jogos.


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