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Mão cheia
Seleção de Dunga registra desempenho arrasador no ataque e
na defesa quando o treinador aposta no banco de reservas
Ricardo Nogueira/Folhapress
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Elano e Kleberson disputam a bola em treino na última sexta
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Não é só nos bons resultados que Dunga, novato na
profissão, tem desempenho
de dar inveja aos medalhões.
O desempenho da seleção
brasileira sob o seu comando
mostra que ele também é
muito bom em ajustar a equipe no decorrer das partidas,
qualidade que infla o ego de
qualquer treinador.
Contando apenas os jogos
oficiais, quando as substituições são mais restritas e importantes, a performance do
time nacional a partir da primeira mudança feita por
Dunga é arrasadora.
Em 29 jogos por eliminatórias, Copa das Confederações
e Copa América, o Brasil marcou 25 gols e sofreu apenas
dois após o time ser mexido,
o que dá um saldo de 23.
Com a equipe inicial, mesmo com mais minutos de bola rolando, a diferença entre
gols marcados e sofridos fica
em 15 (36 pró e 21 contra).
Em alguns casos, é até possível dizer que as trocas de Dunga foram feitas para corrigir erros na escalação inicial. Mas a comparação com
outros treinadores dá mais
argumentos para defender as
substituições do atual comandante da seleção.
Na Copa das Confederações do ano passado, por
exemplo, o Brasil marcou sete tentos e não sofreu nenhum a partir da entrada em
campo do primeiro reserva.
Na mesma competição,
em 2005, quando o time estava sob a direção de Carlos Alberto Parreira, a seleção balançou as redes só duas vezes
e foi vazada em três oportunidades depois de a formação
inicial ter sido desfeita.
DECISIVO
Algumas das trocas feitas
por Dunga mudaram o panorama e também o placar final
do jogo. Foi o que aconteceu,
no ano passado, pelas eliminatórias sul-americanas
diante do Equador, em Quito.
O Brasil era massacrado
(foram mais de 30 finalizações do time da casa). Dunga
então trocou Ronaldinho por
Júlio Baptista, e ele fez o gol
brasileiro no empate em 1 a 1.
Até quando "inventou",
Dunga se deu bem. Nas semifinais da Copa das Confederações, contra a África do
Sul, ele colocou Daniel Alves
improvisado na lateral esquerda. Em cobrança de falta, o jogador fez o gol que pôs
a seleção na decisão da competição, da qual foi campeã.
Só que o sucesso das trocas feitas por Dunga, dessa
vez em um amistoso, fizeram
o treinador ter que ouvir perguntas sobre possíveis mudanças no time que estreia
na Copa na próxima terça, às
15h30, contra os norte-coreanos, em Johannesburgo.
Anteontem, só depois das
entradas de Daniel Alves, Josué e, principalmente, Ramires (autor de dois gols), o time deslanchou na vitória de
5 a 1 sobre a frágil Tanzânia.
Mas Dunga não dá sinais
de que fará modificações na
equipe tradicionalmente titular. Mudanças, por enquanto, só durante os jogos.
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