São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011

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Milionário excêntrico

Em busca de um Barcelona "próprio", qatariano paga para a Nike fazer uniforme do Málaga

DE SÃO PAULO

Milionário árabe que compra um clube europeu e gasta uma fortuna não é novidade.
Mas o que o qatariano Abdullah Al-Thani, dono de negócios que empregam mais de 3.000 pessoas, faz no modesto time espanhol Málaga é um tanto bizarro.
Depois de pagar no ano passado o equivalente (pelo câmbio atual) a R$ 81 milhões pelo clube, Al-Thani não economiza para colocar rapidamente o time nas principais competições europeias -seu objetivo inicial.
Isso acontece tanto com a fórmula padrão -o orçamento do clube para reforços para a próxima temporada é de R$ 225 milhões- como com ações inusitadas.
Al-Thani quer fazer do clube andaluz uma espécie de Barcelona em termos de imagem. Para isso, quer vestir seu clube como o catalão.
Na temporada 2011/2012, o Málaga usará uniformes Nike. Mas não foi a empresa americana que procurou o clube com uma oferta de patrocínio e peças exclusivas.
O Málaga vai usar uniformes feitos pelo braço da Nike que produz fardamento para qualquer interessado, seja da várzea ou de um clube profissional. Isso porque Al-Thani gosta das roupas confeccionadas pela empresa.
No peito, o time andaluz exibirá pelas próximas quatro temporada a marca da Unesco, o braço da ONU para educação e cultura. O Unicef, órgão das Nações Unidas para as crianças, estampava a camisa do Barcelona.
Mas, com muitas despesas, até o clube catalão deixará de lado a propaganda gratuita do órgão da ONU para receber a marca de uma fundação do Qatar, em troca de um milionário contrato.
Al-Thani vai ficar quatro anos sem receber um tostão pelo principal espaço publicitário na camisa do Málaga. E até gastará dinheiro com isso: já promoveu uma luxuosa festa no Museu Picasso da cidade para promover a parceria com a Unesco.
Os planos de Al-Thani ainda incluem um estádio para 65 mil pessoas, um novo centro de treinamento e a montagem de uma categoria de base com uma das melhores estruturas da Espanha.
A megalomania do qatariano deixou os torcedores do Málaga eufóricos.
Na segunda-feira, entre renovações e novas aquisições, o clube vendeu mais da metade dos 26 mil lugares do seu estádio na forma de carnês para a temporada. A fila começou na madrugada anterior à abertura dos guichês.
Na primeira temporada sob o comando de Al-Thani, o Málaga chegou a correr sério risco de rebaixamento.
Mas já com reforços de peso, como o brasileiro Júlio Baptista, teve uma forte reação e acabou na 11ª posição entre os 20 participantes da primeira divisão espanhola.


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