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FUTEBOL
Capitão, Rogério diz que teve de esconder abatimento diante de colegas
Após vitória, Corinthians expõe depressão de 2 meses
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Disfarçar o abatimento com
medo de ver os colegas desmoronarem diante da crise. Foi assim
que o capitão do Corinthians, Rogério, teve de agir nos 51 dias em
que a equipe ficou sem vencer.
Apenas ontem, um dias após o
fim do jejum, com a vitória por 2 a
1 sobre o Coritiba, ele revelou o
drama provocado pela má fase.
Agora Rogério e seus companheiros sentem-se aliviados, por
isso acreditam que o clube terá
mais facilidade para se afastar das
últimas posições do Brasileiro.
"O clima agora está mais leve,
temos de vencer os próximos jogos em casa para nos recuperar na
tabela", disse Rogério, referindo-se aos jogos contra Paraná, amanhã, e Criciúma, na terça-feira.
Enquanto a equipe não conseguia vencer, os atletas evitavam
falar em abatimento, mas ontem
foi diferente. "Durante essa fase,
eu estava sentindo muita coisa
ruim, mas guardava tudo para
mim", desabafou Rogério, 27, um
dos líderes corintianos.
O alívio pelo fim da série sem
triunfos foi demonstrado pelos
jogadores logo que a partida em
Curitiba acabou. Eles saíram de
campo abraçados, comemorando
como em uma decisão.
A equipe terminou o primeiro
tempo caminhando para a última
posição do Nacional e saiu do jogo fora da zona de rebaixamento,
na 20ª posição do campeonato.
"A alegria voltou. Deu para ver a
diferença no jantar depois do jogo, todos estavam alegres, conversando. Isso não acontecia antes", afirmou o lateral e volante.
Autor do primeiro gol contra o
Coritiba, o jogador contou também que quase jogou a toalha depois do gol marcado por Alemão,
num chute de longe no ângulo.
Ele foi driblado duas vezes no lance pelo atleta do time paranaense.
O atacante Gil, que marcou o
gol da vitória e cruzou a bola para
o tento de Rogério, fez ontem críticas ao seu desempenho no período sem triunfos. Na época em
que ficou quase sete meses sem
marcar, ele culpou uma antiga
contusão pelas fracas atuações.
"Havia muito tempo eu não tinha um bom desempenho. Mas o
mais importante é que o time deu
o primeiro passo para sair dessa
situação no Brasileiro, que ainda é
complicada", afirmou Gil.
Ele pode ter um novo companheiro de ataque contra o Paraná.
Marcelo Ramos, com dores musculares, não participou do treino
de ontem pela manhã, em Curitiba, antes da volta para São Paulo.
Apesar de não preocupar os
médicos, ele pode perder a vaga
para Jô, que o substituiu no segundo tempo anteontem.
Ausência certa é o zagueiro
Valdson, que recebeu o terceiro
amarelo. Marcelo (ex-Ulbra) e o
volante Wendel disputam a vaga.
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