São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Capitão, Rogério diz que teve de esconder abatimento diante de colegas

Após vitória, Corinthians expõe depressão de 2 meses

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Disfarçar o abatimento com medo de ver os colegas desmoronarem diante da crise. Foi assim que o capitão do Corinthians, Rogério, teve de agir nos 51 dias em que a equipe ficou sem vencer.
Apenas ontem, um dias após o fim do jejum, com a vitória por 2 a 1 sobre o Coritiba, ele revelou o drama provocado pela má fase.
Agora Rogério e seus companheiros sentem-se aliviados, por isso acreditam que o clube terá mais facilidade para se afastar das últimas posições do Brasileiro.
"O clima agora está mais leve, temos de vencer os próximos jogos em casa para nos recuperar na tabela", disse Rogério, referindo-se aos jogos contra Paraná, amanhã, e Criciúma, na terça-feira.
Enquanto a equipe não conseguia vencer, os atletas evitavam falar em abatimento, mas ontem foi diferente. "Durante essa fase, eu estava sentindo muita coisa ruim, mas guardava tudo para mim", desabafou Rogério, 27, um dos líderes corintianos.
O alívio pelo fim da série sem triunfos foi demonstrado pelos jogadores logo que a partida em Curitiba acabou. Eles saíram de campo abraçados, comemorando como em uma decisão.
A equipe terminou o primeiro tempo caminhando para a última posição do Nacional e saiu do jogo fora da zona de rebaixamento, na 20ª posição do campeonato.
"A alegria voltou. Deu para ver a diferença no jantar depois do jogo, todos estavam alegres, conversando. Isso não acontecia antes", afirmou o lateral e volante.
Autor do primeiro gol contra o Coritiba, o jogador contou também que quase jogou a toalha depois do gol marcado por Alemão, num chute de longe no ângulo. Ele foi driblado duas vezes no lance pelo atleta do time paranaense.
O atacante Gil, que marcou o gol da vitória e cruzou a bola para o tento de Rogério, fez ontem críticas ao seu desempenho no período sem triunfos. Na época em que ficou quase sete meses sem marcar, ele culpou uma antiga contusão pelas fracas atuações.
"Havia muito tempo eu não tinha um bom desempenho. Mas o mais importante é que o time deu o primeiro passo para sair dessa situação no Brasileiro, que ainda é complicada", afirmou Gil.
Ele pode ter um novo companheiro de ataque contra o Paraná. Marcelo Ramos, com dores musculares, não participou do treino de ontem pela manhã, em Curitiba, antes da volta para São Paulo.
Apesar de não preocupar os médicos, ele pode perder a vaga para Jô, que o substituiu no segundo tempo anteontem.
Ausência certa é o zagueiro Valdson, que recebeu o terceiro amarelo. Marcelo (ex-Ulbra) e o volante Wendel disputam a vaga.


Texto Anterior: Natação: Seletiva dos EUA vê cair novo recorde mundial
Próximo Texto: Melhora discreta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.