São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Elano "amansa" Lugano antes da semi

Meia da seleção brasileira, que considerava o ex-são-paulino o mais violento dos zagueiros, agora fala bem de uruguaio

Josué e Mineiro lembram com saudade do colega, Vágner Love teme ter cabelo puxado, e time acredita que semifinal será mais difícil


Antônio Gaudério/Folha Imagem
O meia Elano participa de treino da seleção, que amanhã enfrenta o Uruguai, em Puerto La Cruz


DO ENVIADO A PUERTO LA CRUZ

""Ele é o zagueiro mais violento do Brasil. O Lugano é muito violento. É só pegar a fita e ver."
A frase acima é de Elano, jogador da seleção brasileira que, quando defendia o Santos, acusava o então zagueiro são-paulino de exagerar nas entradas duras. Agora, às vésperas de pegar o Uruguai de Lugano, o meia-atacante brasileiro mudou radicalmente o discurso.
""Eu falei coisas erradas. Depois que disse aquilo, eu me acertei com o Lugano. Eu o procurei e ficou tudo bem. Havia muita rivalidade entre São Paulo e Santos mesmo, mas ficamos amigos", disse Elano, pouco após a goleada sobre o Chile.
Em resposta às declarações de Elano na época, Lugano colocou em dúvida a ética do ex-jogador santista. ""Acho que, com todos os meus defeitos, tenho ética e moral, não saio criticando os jogadores do outro time", falou o zagueiro, que hoje defende o turco Fenerbahce.
A presença de Lugano, símbolo da raça uruguaia, no adversário da semifinal agitou bastante o clima da seleção.
""Vai ser bom rever o Lugano, mas ele é um jogador muito aguerrido, é difícil jogar contra ele. Melhor tê-lo do nosso lado", afirmou Josué, que ganhou Paulista, Brasileiro, Libertadores e Mundial com Lugano -o uruguaio saiu do time na metade do Brasileiro passado.
""Realmente será um prazer reencontrar um amigo como o Lugano. Mas agora é cada um pelo seu lado", disse Mineiro.
O Uruguai é visto no elenco brasileiro como um rival que cresce em decisões. Vágner Love diz não ter enfrentado Lugano no Brasil, mas respeita muito o futebol do adversário.
""Nós nos encontramos em um jogo, mas ele ficou na reserva. Acho que será um bom duelo. Tomara que não puxe os meus cabelos", falou o ex-atacante palmeirense, que usa as já tradicionais tranças azuis.
Lugano, que já enfrentou a seleção brasileira pelas eliminatórias da Copa, diz ser sempre difícil o trabalho de um defensor contra o time pentacampeão -respeita, em especial, Ronaldo e Ronaldinho, que não estão no elenco de Dunga.
Robinho, que também travava bons duelos com Lugano nos clássicos San-São, espera dificuldades muito maiores.
""O Uruguai é um time bem mais complicado de ser batido do que o Chile. E mata-mata é sempre difícil", falou aquele que foi eleito anteontem de novo o melhor da partida -é artilheiro com seis gols.
O Brasil luta pelo seu oitavo título da Copa América. O Uruguai, assim como a Argentina, tem 14 taças continentais. ""É um clássico, e o Uruguai vem crescendo como o Brasil. Vimos isso nos 4 a 1 na Venezuela. Temos que jogar no mesmo nível de contra o Chile para ir à final", disse o técnico Dunga, que, como atleta, perdeu nos pênaltis a final da Copa América de 1995 para o rival.
Na edição passada do torneio, Brasil e Uruguai se enfrentaram nas semifinais. O Brasil passou nos pênaltis. Depois, foi campeão sobre a Argentina, numa seqüência de rivais que pode se repetir agora.0 (RODRIGO BUENO)


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