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Elano "amansa" Lugano antes da semi
Meia da seleção brasileira, que considerava o ex-são-paulino o mais violento dos zagueiros, agora fala bem de uruguaio
Josué e Mineiro lembram
com saudade do colega,
Vágner Love teme ter cabelo
puxado, e time acredita que
semifinal será mais difícil
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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O meia Elano participa de treino da seleção, que amanhã enfrenta o Uruguai, em Puerto La Cruz |
DO ENVIADO A PUERTO LA CRUZ
""Ele é o zagueiro mais violento do Brasil. O Lugano é muito
violento. É só pegar a fita e ver."
A frase acima é de Elano, jogador da seleção brasileira que,
quando defendia o Santos, acusava o então zagueiro são-paulino de exagerar nas entradas
duras. Agora, às vésperas de pegar o Uruguai de Lugano, o
meia-atacante brasileiro mudou radicalmente o discurso.
""Eu falei coisas erradas. Depois que disse aquilo, eu me
acertei com o Lugano. Eu o procurei e ficou tudo bem. Havia
muita rivalidade entre São Paulo e Santos mesmo, mas ficamos amigos", disse Elano, pouco após a goleada sobre o Chile.
Em resposta às declarações
de Elano na época, Lugano colocou em dúvida a ética do ex-jogador santista. ""Acho que,
com todos os meus defeitos, tenho ética e moral, não saio criticando os jogadores do outro
time", falou o zagueiro, que hoje defende o turco Fenerbahce.
A presença de Lugano, símbolo da raça uruguaia, no adversário da semifinal agitou
bastante o clima da seleção.
""Vai ser bom rever o Lugano,
mas ele é um jogador muito
aguerrido, é difícil jogar contra
ele. Melhor tê-lo do nosso lado", afirmou Josué, que ganhou
Paulista, Brasileiro, Libertadores e Mundial com Lugano -o
uruguaio saiu do time na metade do Brasileiro passado.
""Realmente será um prazer
reencontrar um amigo como o
Lugano. Mas agora é cada um
pelo seu lado", disse Mineiro.
O Uruguai é visto no elenco
brasileiro como um rival que
cresce em decisões. Vágner Love diz não ter enfrentado Lugano no Brasil, mas respeita muito o futebol do adversário.
""Nós nos encontramos em
um jogo, mas ele ficou na reserva. Acho que será um bom duelo. Tomara que não puxe os
meus cabelos", falou o ex-atacante palmeirense, que usa as
já tradicionais tranças azuis.
Lugano, que já enfrentou a
seleção brasileira pelas eliminatórias da Copa, diz ser sempre difícil o trabalho de um defensor contra o time pentacampeão -respeita, em especial,
Ronaldo e Ronaldinho, que não
estão no elenco de Dunga.
Robinho, que também travava bons duelos com Lugano nos
clássicos San-São, espera dificuldades muito maiores.
""O Uruguai é um time bem
mais complicado de ser batido
do que o Chile. E mata-mata é
sempre difícil", falou aquele
que foi eleito anteontem de novo o melhor da partida -é artilheiro com seis gols.
O Brasil luta pelo seu oitavo
título da Copa América. O Uruguai, assim como a Argentina,
tem 14 taças continentais. ""É
um clássico, e o Uruguai vem
crescendo como o Brasil. Vimos isso nos 4 a 1 na Venezuela.
Temos que jogar no mesmo nível de contra o Chile para ir à final", disse o técnico Dunga,
que, como atleta, perdeu nos
pênaltis a final da Copa América de 1995 para o rival.
Na edição passada do torneio, Brasil e Uruguai se enfrentaram nas semifinais. O
Brasil passou nos pênaltis. Depois, foi campeão sobre a Argentina, numa seqüência de rivais que pode se repetir agora.0
(RODRIGO BUENO)
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