São Paulo, quinta-feira, 09 de julho de 2009

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Desentendimento reabre ferida na F-1

FIA alija equipes de votar regulamento e recebe como resposta nova ameaça sobre futuro da categoria

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A NURBURGRING

Foram duas semanas de trégua. E ontem, outra vez, FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e Fota, a associação das escuderias da F-1, voltaram a se desentender e a dar mostras de que a paz na categoria ainda não foi alcançada.
Durante um encontro em Nurburgring, que no domingo recebe a nona etapa do Mundial, as oito equipes que integram a Fota deixaram a reunião antes de sua conclusão, depois de serem informadas de que só seriam "observadoras".
O encontro havia sido agendado no Conselho Mundial do último dia 24, quando a FIA e as equipes haviam chegado a um acordo e colocado fim à "rebelião" em que prometiam criar um campeonato paralelo.
A intenção da reunião de ontem era chegar a um consenso sobre os regulamentos técnico e esportivo da F-1 para o Mundial da próxima temporada.
Além dos representantes da entidade que comanda o esporte e das dez equipes que atualmente disputam o Mundial, também estiveram na Alemanha dirigentes das estreantes USF1, Manor e Campos.
Apesar de terem avançado nas negociações sobre o teto orçamentário, catalisador do imbróglio que já dura alguns meses, o motivo do impasse desta vez foi sobre a determinação de um peso mínimo dos carros em 620 kg -atualmente o limite é de 605 kg.
De acordo com nota emitida pela Fota, no meio da reunião de ontem os dirigentes foram informados por Charlie Whiting, dirigente da FIA, de que seus times não estavam inscritos no Mundial-2010 e que não tinham direito a voto nos regulamentos técnico e esportivo.
Após a indefinição, os representantes da associação pediram então que o encontro de ontem fosse remarcado para outra data. Mas a sugestão foi rejeitada pela FIA, que afirmou que não haverá um novo Pacto de Concórdia se não houver unanimidade entre todos.
De acordo com a Fota, porém, nunca foi discutido o fato de que era preciso unanimidade para que as mudanças nos regulamentos fossem aceitas.
"Como ficou estabelecido na reunião do Conselho Mundial e divulgado pela FIA no dia 24 de junho, as regras para 2010 serão as mesmas de 2009, assim como os regulamentos concordados até 29 de abril de 2009", afirma o comunicado dos times, que vai mais além.
"Ir contra o desejo do Conselho Mundial e os detalhes do que ficou definido no encontro em Paris coloca o futuro da F-1 em risco", diz o documento.
A nova polêmica começa exatas duas semanas depois de a FIA e a Fota terem selado a paz durante encontro na França, do qual participaram o presidente da entidade, Max Mosley, Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da associação das escuderias, e Bernie Ecclestone, que detém os direitos comerciais da categoria mais nobre do automobilismo.
Depois da reunião do Conselho Mundial, na França, Mosley, diferentemente do que ficara acordado, afirmou que irá reconsiderar se irá de fato se afastar do comando da entidade -de acordo com o dirigente, por causa de reclamações feitas pela Fota à imprensa.
Mais uma vez, assim como ocorreu na última etapa, em Silverstone, as atenções da F-1, agora em Nurburgring, devem ficar voltadas para o que acontece fora e não dentro da pista.


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