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Desentendimento reabre ferida na F-1
FIA alija equipes de votar regulamento e recebe como resposta nova ameaça sobre futuro da categoria
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A NURBURGRING
Foram duas semanas de trégua. E ontem, outra vez, FIA
(Federação Internacional de
Automobilismo) e Fota, a associação das escuderias da F-1,
voltaram a se desentender e a
dar mostras de que a paz na categoria ainda não foi alcançada.
Durante um encontro em
Nurburgring, que no domingo
recebe a nona etapa do Mundial, as oito equipes que integram a Fota deixaram a reunião
antes de sua conclusão, depois
de serem informadas de que só
seriam "observadoras".
O encontro havia sido agendado no Conselho Mundial do
último dia 24, quando a FIA e
as equipes haviam chegado a
um acordo e colocado fim à
"rebelião" em que prometiam
criar um campeonato paralelo.
A intenção da reunião de ontem era chegar a um consenso
sobre os regulamentos técnico
e esportivo da F-1 para o Mundial da próxima temporada.
Além dos representantes da
entidade que comanda o esporte e das dez equipes que atualmente disputam o Mundial,
também estiveram na Alemanha dirigentes das estreantes
USF1, Manor e Campos.
Apesar de terem avançado
nas negociações sobre o teto
orçamentário, catalisador do
imbróglio que já dura alguns
meses, o motivo do impasse
desta vez foi sobre a determinação de um peso mínimo dos
carros em 620 kg -atualmente
o limite é de 605 kg.
De acordo com nota emitida
pela Fota, no meio da reunião
de ontem os dirigentes foram
informados por Charlie Whiting, dirigente da FIA, de que
seus times não estavam inscritos no Mundial-2010 e que não
tinham direito a voto nos regulamentos técnico e esportivo.
Após a indefinição, os representantes da associação pediram então que o encontro de
ontem fosse remarcado para
outra data. Mas a sugestão foi
rejeitada pela FIA, que afirmou
que não haverá um novo Pacto
de Concórdia se não houver
unanimidade entre todos.
De acordo com a Fota, porém, nunca foi discutido o fato
de que era preciso unanimidade para que as mudanças nos
regulamentos fossem aceitas.
"Como ficou estabelecido na
reunião do Conselho Mundial e
divulgado pela FIA no dia 24 de
junho, as regras para 2010 serão as mesmas de 2009, assim
como os regulamentos concordados até 29 de abril de 2009",
afirma o comunicado dos times, que vai mais além.
"Ir contra o desejo do Conselho Mundial e os detalhes do
que ficou definido no encontro
em Paris coloca o futuro da F-1
em risco", diz o documento.
A nova polêmica começa exatas duas semanas depois de a
FIA e a Fota terem selado a paz
durante encontro na França,
do qual participaram o presidente da entidade, Max Mosley, Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da associação das escuderias, e Bernie Ecclestone, que detém os direitos
comerciais da categoria mais
nobre do automobilismo.
Depois da reunião do Conselho Mundial, na França, Mosley, diferentemente do que ficara acordado, afirmou que irá
reconsiderar se irá de fato se
afastar do comando da entidade -de acordo com o dirigente,
por causa de reclamações feitas
pela Fota à imprensa.
Mais uma vez, assim como
ocorreu na última etapa, em
Silverstone, as atenções da F-1,
agora em Nurburgring, devem
ficar voltadas para o que acontece fora e não dentro da pista.
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