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Novo chefe dos juízes acumula funções
Nomeado pela CBF, Sérgio Corrêa preside sindicato e trabalha para FPF
Justiça comum enxergou irregularidades em eleição na associação dos árbitros que foi organizada pelo comandante da arbitragem
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Novo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, interino por enquanto, Sérgio
Corrêa da Silva tem histórico
de ações e relações controversas em sindicatos de juízes e na
Federação Paulista de Futebol.
No início do ano, Corrêa foi
acusado judicialmente de ter
cometido irregularidades na
eleição da Associação Nacional
de Árbitros de Futebol (Anaf).
Ele era o responsável por conduzir o processo. A Justiça do
Rio anulou a votação devido a
problema nos registros de chapas e de eleitores para o pleito.
Mas a participação sindical
do dirigente da CBF é anterior.
Ele é o presidente do Safesp
(Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo)
desde 2002. Nessa condição,
também acumulou cargo como
secretário da Escolas de Árbitros da FPF, entidade que pode
ser alvo de reivindicações ou
críticas dos juízes do Estado.
Foi no sindicato paulista que
começou a ter destaque no cenário da arbitragem nacional.
Antes, sua carreira de árbitro
de 11 anos, de 1989 a 2000, é
pouco lembrada. Chegou à presidência do Safesp após ser vice
de José de Assis Aragão, que
apitou em Copa do Mundo.
"Acho complicada essa relação, como presidente do sindicato e funcionário da federação", comentou Aragão.
O ex-árbitro foi concorrente
na eleição da Anaf em janeiro
de 2007. Sua chapa era de oposição. O grupo de Edson Rezende, ex-presidente da Comissão
de Arbitragem da CBF, apoiava
Jorge Paulo Gomes de Oliveira.
Outro oposicionista na eleição era Jorge Travassos, cuja
candidatura foi impugnada pela comissão eleitoral por falta
de pagamento de anuidades
por membros da chapa. A decisão foi tomada por Corrêa e
acabou contestada na Justiça.
Travassos alegou que árbitros em situação irregular votaram e outros, aptos, foram impedidos. Afirmou que foi impedido de participar da eleição e
que não recebeu documentação sobre o pleito. Por isso, disse que havia vícios que comprometiam a legalidade da votação.
Não houve contestação da
Anaf a essas acusações nesta
ação. Assim, a 22ª Vara Cível
determinou que todos os fatos
eram considerados verdadeiros
e a eleição foi anulada.
"Sérgio [Corrêa] cometeu irregularidades neste processo",
acusou Travassos.
Se tem poder dentro dos sindicato, Corrêa goza de bom
trânsito entre dirigentes. A Folha apurou que o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, consultou o presidente da FPF, Marco
Polo Del Nero, antes de nomear
o novo presidente da Anaf. Del
Nero recusou-se a dizer se foi
procurado pela confederação,
mas elogiou a escolha.
"É um homem competente à
altura do cargo", afirmou o dirigente da federação.
Corrêa é interino, mas Teixeira teve tempo para nomeá-lo. Segundo apurou a reportagem, Édson Rezende avisou há
um mês que tinha problemas
de saúde e teria que pedir demissão. O presidente da CBF
pediu que ele ficasse até arrumar um substituto.
Optou por Corrêa, que já era
membro da comissão de arbitragem desde 2006. Além de
juiz, o novo comandante da arbitragem é oficial da Aeronáutica, já na reserva.
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