São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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VÔLEI

Machucada e temerosa, seleção pega os egípcios

Campeão olímpico e bi mundial, time de Bernardinho testa reação

BRASIL
Estréia, em busca do 3º ouro da equipe masculina. Horário: 3h30 de amanhã

DA ENVIADA A PEQUIM

Pressão é uma palavra que acompanha a seleção masculina de vôlei desde 2002, quando os comandados de Bernardinho conquistaram pela primeira vez o título mundial.
A taça recolocou o país sob os holofotes e deu início à soberania brasileira no esporte. A cada torneio, surgia a obrigação de obter bons resultados.
Às vésperas da competição que pode dar ao Brasil talvez seu título mais emblemático (pode ser a primeira seleção a ser bi mundial e bi olímpica num período ininterrupto), porém, a seleção tenta de se adaptar a uma nova pressão. Nunca pairaram tantas dúvidas sobre a equipe de Bernardinho.
O Brasil chega à Olimpíada após terminar em quarto lugar na Liga Mundial. Nunca nesta década a equipe havia ficado fora do pódio. A seleção estréia nos Jogos de Pequim contra o Egito, às 3h30 da madrugada de amanhã (horário de Brasília).
"Essa derrota doeu mais. Hoje, a pressão sobre nós é enorme, principalmente em razão do que fizemos nos últimos sete anos. Temos de aprender a conviver com ela", diz Bernardinho. "Negar que haja receio e temor seria negar a importância da competição. Sentir isso não significa ser menos forte."
Sob o comando do treinador, que deixou o time feminino em 2000 com dois bronzes olímpicos, o Brasil apresentava como pior resultado o terceiro lugar no Pan de 2003. O time ostenta o impressionante retrospecto de 21 conquistas, duas medalhas de prata e uma de bronze.
A derrota em Santo Domingo era classificada pelos jogadores como o maior tropeço da equipe sob a batuta de Bernardinho até a Liga Mundial-08, no Rio.
"Ali foi nosso primeiro deslize grande, e soubemos nos recuperar, mas tivemos tempo para isso. Agora é outro cenário", constata Bernardinho.
"Essa derrota dói mais em razão de vermos na cara das pessoas uma frustração. Mas o time agora também é diferente do de 2003, tem uma bagagem maior", completa ele.
Em relação à formação da equipe, além de não ter mais Giovane, Maurício (já aposentados) e Nalbert (descartado na fase de treinamento), a seleção chega à Olimpíada sem Ricardinho. Tido como "cérebro" do time, ele foi cortado pouco antes do Pan-07, por desavenças com Bernardinho. Não voltou mais.
O episódio colocou pressão sobre os outros levantadores.
Marcelinho assumiu a vaga. Com ele, o time foi forçado a desacelerar um pouco o jogo, mais importante característica do Brasil. Bruno, filho de Bernardinho, é o atleta com menor rodagem internacional da equipe e tenta se firmar após um período sendo o terceiro nome da posição. Em Pequim, disputa sua primeira Olimpíada.
"Jogar essa competição já é uma pressão, mas estamos bem preparados. Há quatro anos, eu estava torcendo pelos meus ídolos pela TV e jamais imaginei que estaria aqui. Vou me esforçar ao máximo", declara Bruno.
(MARIANA LAJOLO)



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