São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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VÔLEI DE PRAIA

Ana Paula chega, fala, treina e já joga 1ª hoje

DO ENVIADO A PEQUIM

Até quarta-feira pela manhã, Ana Paula estava de férias, com passagem marcada para passar uma semana em Los Angeles. Mas tudo isso mudou após seu telefone soar, às 6h. Três dias depois, irá estrear em Pequim.
"A situação me pegou de surpresa. Foi uma bomba."
Convocada para substituir a machucada Juliana na dupla com Larissa, Ana Paula considera que o ineditismo da parceria pode ser um trunfo.
"Eu e a Larissa nunca jogamos juntas [nos circuitos mundial ou brasileiro]. Isso pode atrapalhar no entrosamento. Mas, por outro lado, ninguém nos viu atuar, nem mesmo nós", falou ela ontem, após receber sua credencial no congresso técnico do vôlei de praia, horas depois de chegar à China.
"Já joguei muito contra a Larissa. Mas não vai ser um bicho-de-sete-cabeças atuarmos juntas", disse ela, que hoje, às 9h, encara as brasileiras Cris e Andrezza, que jogam pela Geórgia com os nomes Saka e Rtvelo.
Sua nova parceira não segurou as lágrimas ao ver Ana Paula. Tinha acabado de se despedir de Juliana, na Vila Olímpica. Sua colega de anos havia se desligado da delegação por não ter conseguido se recuperar de lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito.
"Uma coisa é você saber que vai acontecer algo. A outra é ver acontecer. Foram 50 dias da lesão da Juliana, dias de muitas emoções. A gente pensou em vários problemas e soluções. Tomou decisões difíceis", afirmou Larissa. Apesar de perder sua parceira habitual e ter realizado só um treino com Ana Paula, ela se diz confiante. "Algo me diz que vou sair daqui com bastante alegria."
Para Ana Paula, a convocação inesperada para disputar a sua quarta Olimpíada -participou dos Jogos de Barcelona-92, Atlanta-96 e Atenas-04- marcará o fim de um ciclo.
"Por mais que eu goste de jogar, aos 36 anos, não sei até quando meu corpo irá agüentar. Pode ser que encerre [a carreira] em Pequim. Vai depender do que acontecer comigo", aponta ela, que almeja atingir um feito na Olimpíada chinesa.
"Já que aconteceu de jogar o torneio olímpico, vou em busca de medalha. Quero entrar para a história como a jogadora que subiu ao pódio na quadra e na praia", conta Ana Paula, que integrou o time medalha de bronze no vôlei indoor em 1996.
Para chegar em boas condições a Pequim, a jogadora enfrentou uma pequena maratona. Viajou por 24 horas, com uma parada de dez horas para conexão em Paris, onde descansou em um hotel.
"Lá havia academia. Então aproveitei para fazer musculação e esteira. Não precisei deixar minha programação."
Outras duas duplas nacionais estréiam no torneio olímpico na madrugada de amanhã. Talita e Renata enfrentam Candelas/Garcia, do México, à 1h. Na seqüência, Márcio e Fábio Luiz pegam Lione e Amore, da Itália.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)



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