|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para crescer, natação pede mais investimento
Pinheiros diz que Mundial mostra força dos clubes
GUSTAVO ALVES
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Passado o sucesso no Mundial de Roma, a natação brasileira começa a discutir os investimentos para o novo ciclo. Se
após os Jogos de Pequim foi Cesar Cielo quem chiou, dessa vez
técnicos, atletas e clubes fazem
coro ao pedido de mais apoio
para a modalidade.
O técnico Alberto Pinto, do
Pinheiros, espera que a CBDA
(Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos) reconheça o papel dos treinadores e aumente a remuneração da comissão técnica -ele, Fernando
Vanzella e Arílson Soares devem continuar na equipe.
Anteontem, na homenagem
aos medalhistas de seu clube,
pediu também ajuda na base.
"Precisa de mais recurso.
Precisa de investimento para
aqueles que estão decidindo a
medalha, para trabalhar o grupo que foi semifinalista e finalista e pode buscar o pódio e para trabalhar com o pessoal que
está no Brasil para que, de qualidade, se tire qualidade", disse.
Parte dos atletas da delegação que foi à Itália já renovou
seus contratos de patrocínio
durante o Mundial, outros
aguardam ainda contato da
confederação brasileira.
A entidade afirmou que definiria os contratos de acordo
com os resultados em Roma.
"Renovamos com os melhores atletas. Agora vamos ver a
verba para definir a distribuição", afirmou Coaracy Nunes
Filho, presidente da CBDA.
O dirigente declarou que negocia com novo patrocinador.
Hoje, os Correios são o principal apoiador da CBDA, que recebe cerca de R$ 15 milhões por
ano entre patrocínio e verba de
Lei Piva, que destina ao esporte
parte do dinheiro das loterias.
Cielo, que chiou após conquistar o ouro olímpico, elogiou o trabalho da entidade.
"Depois da Olimpíada, reclamei bastante e a melhora foi
surpreendente. Temos de usar
esse molde e ajustar algumas
coisas", disse o nadador.
"Desde o Pan-07, a gente precisava de medalha internacional para provar que a natação
havia crescido. Conseguimos,
mas ainda falta para chegarmos
ao nível de EUA e Austrália, por
exemplo", completou.
As medalhas conquistadas
em Roma também se transformaram em um forte argumento na tentativa da Confao (Conselho de Clubes Formadores de
Atletas Olímpicos) de ficar com
fatia da verba da Lei Piva.
No discurso em homenagem
a seus atletas, anteontem, o
presidente do Pinheiros, Antonio Moreno Neto, frisou a participação do clube em Roma.
Das 18 finais brasileiras, 13 foram com pinheirenses.
Cesar Cielo, ouro nos 50 m e
100 m livre, treinou parte da
temporada na piscina do clube
paulistano, e Felipe França,
prata nos 50 m peito, foi formado no Pinheiros. Além deles,
Poliana Okimoto, bronze na
maratona aquática, também
defende as cores do clube.
"Não só o Pinheiros mas todos os clubes que participaram
demonstraram que somos nós
que formamos os atletas de alto
rendimento", afirmou ele.
"No esporte nacional, nós temos que ter cada um no seu no
seu papel, o ministério, as federações e os clubes. E nós precisamos dos recursos. Vamos
agora ter uma definição forte
porque esse resultado do campeonato mundial mostra a força dos clubes", completou.
Texto Anterior: Rivalidade: BM&F lidera Brasil no Mundial Próximo Texto: Frase Índice
|