São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009

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Para crescer, natação pede mais investimento

Pinheiros diz que Mundial mostra força dos clubes

GUSTAVO ALVES
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Passado o sucesso no Mundial de Roma, a natação brasileira começa a discutir os investimentos para o novo ciclo. Se após os Jogos de Pequim foi Cesar Cielo quem chiou, dessa vez técnicos, atletas e clubes fazem coro ao pedido de mais apoio para a modalidade.
O técnico Alberto Pinto, do Pinheiros, espera que a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) reconheça o papel dos treinadores e aumente a remuneração da comissão técnica -ele, Fernando Vanzella e Arílson Soares devem continuar na equipe.
Anteontem, na homenagem aos medalhistas de seu clube, pediu também ajuda na base.
"Precisa de mais recurso. Precisa de investimento para aqueles que estão decidindo a medalha, para trabalhar o grupo que foi semifinalista e finalista e pode buscar o pódio e para trabalhar com o pessoal que está no Brasil para que, de qualidade, se tire qualidade", disse.
Parte dos atletas da delegação que foi à Itália já renovou seus contratos de patrocínio durante o Mundial, outros aguardam ainda contato da confederação brasileira.
A entidade afirmou que definiria os contratos de acordo com os resultados em Roma.
"Renovamos com os melhores atletas. Agora vamos ver a verba para definir a distribuição", afirmou Coaracy Nunes Filho, presidente da CBDA.
O dirigente declarou que negocia com novo patrocinador. Hoje, os Correios são o principal apoiador da CBDA, que recebe cerca de R$ 15 milhões por ano entre patrocínio e verba de Lei Piva, que destina ao esporte parte do dinheiro das loterias.
Cielo, que chiou após conquistar o ouro olímpico, elogiou o trabalho da entidade.
"Depois da Olimpíada, reclamei bastante e a melhora foi surpreendente. Temos de usar esse molde e ajustar algumas coisas", disse o nadador.
"Desde o Pan-07, a gente precisava de medalha internacional para provar que a natação havia crescido. Conseguimos, mas ainda falta para chegarmos ao nível de EUA e Austrália, por exemplo", completou.
As medalhas conquistadas em Roma também se transformaram em um forte argumento na tentativa da Confao (Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos) de ficar com fatia da verba da Lei Piva.
No discurso em homenagem a seus atletas, anteontem, o presidente do Pinheiros, Antonio Moreno Neto, frisou a participação do clube em Roma. Das 18 finais brasileiras, 13 foram com pinheirenses.
Cesar Cielo, ouro nos 50 m e 100 m livre, treinou parte da temporada na piscina do clube paulistano, e Felipe França, prata nos 50 m peito, foi formado no Pinheiros. Além deles, Poliana Okimoto, bronze na maratona aquática, também defende as cores do clube.
"Não só o Pinheiros mas todos os clubes que participaram demonstraram que somos nós que formamos os atletas de alto rendimento", afirmou ele.
"No esporte nacional, nós temos que ter cada um no seu no seu papel, o ministério, as federações e os clubes. E nós precisamos dos recursos. Vamos agora ter uma definição forte porque esse resultado do campeonato mundial mostra a força dos clubes", completou.



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