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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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FUTEBOL

Tudo certo

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

Todos elogiaram, muito justamente, a vitória da seleção brasileira sobre a Colômbia. Foram poucos os senões. Um deles refere-se à substituição de Alex. Houve quem considerasse que Rivaldo era o homem a ser trocado.
Não penso assim. A substituição foi absolutamente correta. A função de Parreira não era dar uma força para o Alex mostrar que pode ser titular da seleção, mas mudar a dinâmica do jogo para buscar uma vitória que parecia claramente possível. A mudança, aliás, já havia sido treinada e anunciada.
Rivaldo, mesmo fora de condições ideais, estava jogando, no mínimo, no mesmo nível de Alex -com a vantagem de ser da base do penta, entrosado com Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu etc. É um jogador com mais cancha e com uma capacidade de decisão, em horas difíceis, incomparável. Além disso, mesmo voltando para buscar jogo, estava atuando na função de segundo atacante.
A sair Rivaldo, numa situação de tentar a vitória, quem deveria entrar era Luis Fabiano. Creio que, se a primeira substituição (Kaká e Renato no lugar de Alex e Emerson) não tivesse sido tão bem-sucedida, Parreira poderia até ter recorrido a dois atacantes de verdade para tentar o gol.
O treinador fez o certo. Como fez ao escalar Zé Roberto, que não sei porque é considerado "brucutu" por alguns. Jamais foi. Desde os tempos da Lusinha é bastante técnico. Pode-se discutir se é a melhor opção, mas não por ser um meio-campista tosco. A jogada com Roberto Carlos no gol de Ronaldo foi clara quanto a isso.
 
Assim como meu caro Paulo Vinícius Coelho, não consigo ver o tal "número 1" da dupla Velho Lobo-Parreira. Creio que para essa função aparecer, o time teria que jogar realmente com dois atacantes: Ronaldo e Luis Fabiano. Essa opção -que eu adoraria ver- deveria ser, aos poucos, utilizada, com vistas à Copa. Pode ser a melhor saída para um possível declínio de Rivaldo.
 
Parreira está tratando de moldar a base de Felipão a um esquema mais brazuca. É o mesmo time, só que com Zé Roberto no lugar do terceiro zagueiro, jogando com Roberto Carlos, função que Kleberson (quem sabe Renato) deve fazer com Cafu. Gilberto Silva fica pelo meio, e Ronaldinho será o tal número 1 -que, com Rivaldo, vira sempre 1 e meio.
 
Segundo o Datafolha, a seleção cometeu 7 faltas contra 25 da Colômbia. Trata-se de uma marca que não corrobora os temores quanto a um meio-campo "pegador" no mau sentido. Na verdade, houve muita pegada, sim, mas na bola. Foram 124 desarmes.
 
A preocupação continua morando na zaga. Lúcio errou feio no gol da Colômbia, numa jogada iniciada, aliás, em cima do Zé Roberto, que poderia ter interceptado o cruzamento.

Teixeira civilizando-se?
Ricardo Teixeira emite sinais de que vai dar prosseguimento à fórmula dos pontos corridos, o que já está previsto no Estatuto do Torcedor, e de que pretende trabalhar para reduzir o número de clubes na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Parece que as pretensões políticas do presidente da CBF em relação à Fifa estão levando-o a passar por um processo civilizatório mínimo.

Eurico na mesma
Já o insuperável Eurico Mirando continua em sua militância contra a fórmula do campeonato. Domingo, na televisão, tentava fazer pose contra os pontos corridos, mas ele mesmo parece perceber que não vai colar. O melhor a fazer é tratar do Vasco, que vai bem mal das pernas.

E-mail mag@folhasp.com.br


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