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FUTEBOL
Tudo certo
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Todos elogiaram, muito justamente, a vitória da seleção
brasileira sobre a Colômbia. Foram poucos os senões. Um deles
refere-se à substituição de Alex.
Houve quem considerasse que Rivaldo era o homem a ser trocado.
Não penso assim. A substituição
foi absolutamente correta. A função de Parreira não era dar uma
força para o Alex mostrar que pode ser titular da seleção, mas mudar a dinâmica do jogo para buscar uma vitória que parecia claramente possível. A mudança,
aliás, já havia sido treinada e
anunciada.
Rivaldo, mesmo fora de condições ideais, estava jogando, no
mínimo, no mesmo nível de Alex
-com a vantagem de ser da base
do penta, entrosado com Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu etc. É
um jogador com mais cancha e
com uma capacidade de decisão,
em horas difíceis, incomparável.
Além disso, mesmo voltando para
buscar jogo, estava atuando na
função de segundo atacante.
A sair Rivaldo, numa situação
de tentar a vitória, quem deveria
entrar era Luis Fabiano. Creio
que, se a primeira substituição
(Kaká e Renato no lugar de Alex e
Emerson) não tivesse sido tão
bem-sucedida, Parreira poderia
até ter recorrido a dois atacantes
de verdade para tentar o gol.
O treinador fez o certo. Como
fez ao escalar Zé Roberto, que não
sei porque é considerado "brucutu" por alguns. Jamais foi. Desde
os tempos da Lusinha é bastante
técnico. Pode-se discutir se é a
melhor opção, mas não por ser
um meio-campista tosco. A jogada com Roberto Carlos no gol de
Ronaldo foi clara quanto a isso.
Assim como meu caro Paulo Vinícius Coelho, não consigo ver o
tal "número 1" da dupla Velho
Lobo-Parreira. Creio que para essa função aparecer, o time teria
que jogar realmente com dois
atacantes: Ronaldo e Luis Fabiano. Essa opção -que eu adoraria
ver- deveria ser, aos poucos, utilizada, com vistas à Copa. Pode
ser a melhor saída para um possível declínio de Rivaldo.
Parreira está tratando de moldar a base de Felipão a um esquema mais brazuca. É o mesmo time, só que com Zé Roberto no lugar do terceiro zagueiro, jogando
com Roberto Carlos, função que
Kleberson (quem sabe Renato)
deve fazer com Cafu. Gilberto Silva fica pelo meio, e Ronaldinho
será o tal número 1 -que, com
Rivaldo, vira sempre 1 e meio.
Segundo o Datafolha, a seleção
cometeu 7 faltas contra 25 da Colômbia. Trata-se de uma marca
que não corrobora os temores
quanto a um meio-campo "pegador" no mau sentido. Na verdade,
houve muita pegada, sim, mas na
bola. Foram 124 desarmes.
A preocupação continua morando na zaga. Lúcio errou feio
no gol da Colômbia, numa jogada iniciada, aliás, em cima do Zé
Roberto, que poderia ter interceptado o cruzamento.
Teixeira civilizando-se?
Ricardo Teixeira emite sinais
de que vai dar prosseguimento
à fórmula dos pontos corridos,
o que já está previsto no Estatuto do Torcedor, e de que pretende trabalhar para reduzir o
número de clubes na primeira
divisão do Campeonato Brasileiro. Parece que as pretensões
políticas do presidente da CBF
em relação à Fifa estão levando-o a passar por um processo civilizatório mínimo.
Eurico na mesma
Já o insuperável Eurico Mirando continua em sua militância
contra a fórmula do campeonato. Domingo, na televisão, tentava fazer pose contra os pontos corridos, mas ele mesmo
parece perceber que não vai colar. O melhor a fazer é tratar do
Vasco, que vai bem mal das
pernas.
E-mail mag@folhasp.com.br
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