DA REPORTAGEM LOCAL

Com um gol de Gil sobre o Guarani, o Corinthians aumentou ontem, em Campinas, a sua coleção de vitórias magras no Brasileiro.
Dez dos 13 triunfos da equipe aconteceram pela diferença mínima. Pela oitava vez os comandados de Tite festejaram o 1 a 0 ao final de uma partida do Nacional.
Nos últimos jogos, o ritual foi esse. Pela terceira vez seguida os corintianos deixaram o campo vitoriosos. Sempre pelo mesmo placar. O time do Parque São Jorge está invicto há quatro rodadas.
"Não interessa se é por goleada ou 1 a 0. O importante é a seqüência de vitórias", disse Valdson.
Gil era um dos mais animados. "Ficamos mais próximos de uma vaga para a Libertadores e, quem sabe, até do título", disse ele.
O estilo de atacar pouco e ser menos atacado ainda foi seguido à risca no Brinco de Ouro. A estratégia fez o time completar três partidas sem levar um gol. Detalhe: a defesa corintiana já foi a mais vazada do campeonato.
O Corinthians comemorou também o fato de ter se aproximado de uma meta estipulada por Tite. O treinador disse antes do jogo que planejara conquistar quatro pontos em dois jogos seguidos fora de casa. Um empate com o Atlético-PR, no domingo, satisfaz a vontade do treinador.
Já o Guarani não conseguiu transformar o jogo numa arrancada contra o descenso. O time do interior segue na lanterna. Dono do pior ataque do torneio, não aproveitou o espaço dado pelo rival, principalmente na etapa final.
No primeiro tempo, os dois goleiros tiveram pouco trabalho. Fábio Costa não fez nenhuma defesa, pois o Guarani errou as suas cinco finalizações. Os corintianos fizeram o mesmo número de arremates. O gol saiu na quarta conclusão, depois de um chute do volante Fabinho. A bola saiu fraca e foi interceptada por Gil, que chutou e abriu o placar, aos 28min.
Fiel ao seu estilo de diminuir o ritmo ofensivo depois de marcar, o time de Tite só fez mais uma finalização antes do intervalo.
Mas, desde o início da partida, a preocupação corintiana foi maior com a defesa. A equipe, que começou a rodada como a quarta que menos sofre finalizações no campeonato, acionou mais seus defensores do que atacantes.
Na etapa inicial, o zagueiro Valdson foi o que mais recebeu a bola (20 vezes) entre os jogadores do Corinthians. Ele foi o recordista de passes: 28, só um errado.
Betão, outro zagueiro foi o mais procurado pelos colegas depois de Valdson, com 16 bolas recebidas. Ele errou três de 19 passes.
A participação dos atacantes foi bem menor. Jô, por exemplo, fez só duas finalizações, ambas erradas, no primeiro tempo.
O Guarani começou a etapa final com duas alterações. O volante Simão entrou no lugar de Douglas e o meia-atacante Aílton ficou com a vaga de Valdeir. Em seis minutos, o time da casa já tinha conseguido dois escanteios. Aos 20min, Fábio Costa acumulava duas difíceis defesas.
Tite não mudou seu time. Nem a maneira como ele costuma atuar na etapa final nas partidas em que está em vantagem.
Até então, os campineiros fizeram seis finalizações, metade delas certas, contra três dos rivais, que erraram duas delas.
O final só não foi dramático, como de costume, para os corintianos porque a equipe conseguiu, enfim, criar chances. Principalmente após a entrada de Rosinei no lugar de Fábio Baiano.


Texto Anterior: Futebol: No BR-04, clubes travam sob nova batuta
Próximo Texto: Fiscalização não sai do papel no Corinthians
Índice