São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2005

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Por sobrevida, Márcio atiram em Roger e Sebá

DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

O relacionamento do técnico Márcio Bittencourt com alguns jogadores do Corinthians já não navega mais em águas tranqüilas. A queda de rendimento da equipe irritou a cúpula corintiana e o próprio treinador, que ameaça entregar a cabeça de estrelas para manter a sua pelo menos até domingo, contra o Atlético-PR.
Os principais alvos de Márcio são o zagueiro Sebá e o meia Roger. A amigos, o técnico confidenciou anteontem, após derrota no clássico para o São Paulo por 3 a 2, que se irritou com o desempenho da dupla no Morumbi.
O argentino, suspenso, está fora do jogo de domingo. Roger pode ser barrado pelo treinador. A pressão para a saída do meia, vice-artilheiro corintiano no Brasileiro, com sete gols, foi intensa depois do clássico. Dirigentes corintianos pressionam Márcio para tirá-lo da equipe.
No vestiário do Morumbi, um conselheiro chegou a repreender o meia. Afirmou que o Corinthians não era o Fluminense, seu ex-clube, e que ele teria de se esforçar mais em campo. Roger argumentou que deu os passes para os dois gols corintianos mas, mesmo assim, se desculpou.
A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, também pediu a cabeça de Sebá e Roger após a partida.
Segundo dirigentes, o relacionamento de Márcio com outros atletas também ficou estremecido por causa de Roger. Avaliam que ele perdeu força com o elenco por não punir o jogador após ele reclamar de ser substituído contra o Coritiba. Para a diretoria do clube, o técnico deveria ter feito mais do que dizer publicamente que é ele quem escala o time.
Não é a primeira vez que Roger, uma das estrelas da MSI, que pagou por ele cerca de R$ 12 milhões, se envolve em confusão com treinador. O meia é tido pelo argentino Daniel Passarella como um dos pivôs de sua demissão.
Quando ainda era técnico da equipe, Passarella substituiu Roger seguidas vezes e chegou a afastá-lo para melhorar seu condicionamento físico. Os dois chegaram até a discutir nos vestiários do Pacaembu após jogo com o São Caetano, no Paulista.
O argentino, a exemplo dos dirigentes agora, também achava que Roger se movimentava pouco em campo e era displicente.
Anteontem, sem citar nomes, Márcio reclamou de bolas perdidas que originaram contragolpes são-paulinos. Por duas vezes, Roger foi desarmado pelos rivais.
O presidente corintiano, Alberto Dualib, que está em Londres, acompanhou o clássico pela internet. Depois, telefonou a alguns aliados e reclamou da escalação de quatro jogadores ofensivos. Argumentou ser suicídio armar o time dessa forma com uma defesa vulnerável -é a terceira pior do Nacional, com 46 gols sofridos.
Dualib falou que só não trocou Márcio porque não há ninguém disponível para substitui-lo. E que dará uma última chance a ele no jogo com o Atlético-PR. (EAR E RP)


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