São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br

O domingo em que a F-1 evitou fazer história

ACOSTUMAMO-NOS -jornalistas, em especial- a banalizar o conceito de história, uma saída tão fácil como fútil e narcisista de tentar valorizar o que se relata.
"Fulano crava a pole e faz história", exemplo clássico, para ficar no assunto da coluna -há outros milhares no noticiário sobre tudo. Situações históricas de fato são raríssimas. E uma boa medida para avaliar se algo foi histórico é tentar lembrar, anos depois, onde estava e o que fazia naquele dia.
Você lembra onde estava no 1º de maio de 1994. Você certamente sabe o que fazia no 11 de setembro de 2001. Reflexo deste, a F-1 não esquece o GP da Itália há dez anos. Porque teve um clima único. No mau sentido.
A F-1 chegou a Monza, para a prova do dia 16, discutindo se a corrida deveria acontecer. E com muita gente pregando o cancelamento da etapa de Indianápolis, dali a duas semanas. Ecclestone bateu o pé pelas duas provas. Algumas equipes resolveram correr de luto. O astral, que já era ruim, sofreu novo baque no sábado, com a notícia de que Zanardi perdera as pernas em Lausitzring e estava à beira da morte. Em abril, o mesmo circuito já havia sacrificado Alboreto.
No domingo, Schumacher alinhou e foi até o fim do grid falando com os pilotos, um a um. A ideia era convencê-los a não ultrapassar nas duas primeiras chicanes do GP. No ano anterior, lá mesmo, houve a morte de um fiscal, atingido por um pneu após um choque na largada. Um novo acidente só deixaria o clima mais sombrio.
Felizmente, nada de errado aconteceu. Montoya ganhou, mas isso foi um detalhe. O importante é que todos deixamos Monza, na noite daquele domingo, aliviados. Tudo o que não queríamos, jornalistas incluídos, era mais história.

 


Rápida lembrança pessoal: enquanto a TV mostrava torres caindo, este colunista rumava para pegar um avião. As viagens eram às quartas, mas aquela foi na terça porque havia uma entrevista com Montezemolo, em Maranello, no dia seguinte. De terninho e gravata na sede ferrarista, no dia 12, e achando que havia arriscado a pele por voar na véspera, soube que ele não falaria porque estava "chocado". Com muito custo, após explicar que tinha atravessado o Atlântico, tive cinco minutos. Foi das entrevistas mais sem graça que já fiz.

INDY
LEITE DE PEDRA
O que Kanaan vem fazendo nesta temporada da Indy é algo muito sério. No domingo, saindo em 11º lugar no grid e após um acidente no warm-up, terminou em terceiro. É o quinto colocado no campeonato, correndo por uma equipe nanica, a KV. É o melhor desempenho de um piloto brasileiro numa categoria top desde o vice-campeonato de Massa, em 2008.


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