|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Parreira pede para reservas que buscam vaga na Copa dominarem posse de bola para evitar fadiga contra a Bolívia
"Bobinho" cadencia vestibular da seleção
DO ENVIADO A TERESÓPOLIS
Com a estratégia de colocar os
bolivianos no "bobinho", o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, vai submeter hoje
os reservas da seleção brasileira a
um vestibular contra a Bolívia, às
17h, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa de 2006.
Preocupado em minimizar os
efeitos da altitude -La Paz, cidade que abriga o duelo, está localizada a 3.600 metros de altitude-,
o treinador exigiu dos jogadores
um futebol cadenciado, com muitas trocas de passes.
Seu modelo são os tradicionais
exercícios de "bobinho", no qual
atletas trocam passes sem deixar
um colega tocar na bola.
"Temos que ditar o ritmo da
partida desde o início para evitar a
correria deles. Se tivermos que
cair no jogo dos bolivianos, teremos problemas", disse o técnico,
que classificou a partida como "de
risco" pelo ar rarefeito, que faz os
desabituados passarem mal.
"Jogar na altitude sempre é problemático. Fiquei sem ar da última vez. Por isso, tocar a bola é a
principal estratégia", disse o volante Renato, um dos "calouros"
do técnico na partida de hoje.
Com a seleção já classificada para o Mundial, Parreira decidiu
poupar atletas badalados, como
Ronaldo, Ronaldinho e Kaká, e
vai escalar o time somente com
um titular -o atacante Adriano.
Com a nova formação, o treinador pretende solucionar "algumas dúvidas" que tem no grupo
antes de fechar a lista para o Mundial. "Quero ver alguns jogadores
em ação. Quero ter a segurança
total para fazer a relação completa
para a Copa", explicou Parreira.
A oportunidade mexeu com os
atletas que ainda não carimbaram
passaporte para a Alemanha.
"Agora é entrar em campo e fazer de tudo para ficar no grupo",
declarou o lateral Gilberto, que
disputa a vaga com Gustavo Nery
para ficar na reserva de Roberto
Carlos na Alemanha. Além de Gilberto, Ricardinho e Luisão serão
os principais jogadores avaliados
por Parreira. O treinador ainda
tem dúvida com relação aos três.
Alex, no meio, e Cris, na zaga, são
os outros concorrentes.
Teve quem reclamou. "É sempre muito chato ter que ouvir que
estou sendo testado. Já estou há
três anos na seleção, mas não posso fazer nada. Vou fazer de tudo
para ajudar o Brasil a vencer esta
partida", disse o meia Juninho
Pernambucano, titular hoje.
Para o jogo na capital boliviana,
a seleção fará uma preparação especial. O time deverá chegar a La
Paz duas horas antes do início da
partida. A delegação brasileira só
deixaria o país na noite de ontem.
Do Rio, seguiria para Santa Cruz
de la Sierra, na Bolívia.
Na mala, a seleção levará muito
café. Com a cafeína liberada pela
Fifa, os jogadores serão obrigados
a beber "cafezinhos" durante a
permanência em La Paz. Os médicos do elenco alegam que a cafeína incrementa a produção energética dos atletas.
A seleção amarga duas derrotas
consecutivas nas últimas partidas
em La Paz pelas eliminatórias. Em
1993, o time comandado por Parreira perdeu por 2 a 0. Em 2001, a
equipe então chefiada por Luiz
Felipe Scolari levou de 3 a 1.
O Brasil soma 30 pontos, um a
menos que a Argentina. Logo
após o jogo de hoje, viaja a Belém,
onde enfrenta a Venezuela na
quarta-feira, no encerramento
das eliminatórias sul-americanas.
Na rodada de ontem, Paraguai
(1 a 0 contra a Venezuela, fora) e
Equador (0 a 0 com o Uruguai em
casa) garantiram vagas na Copa.
Colômbia e Chile também empataram: 1 a 1 em Barranquilla. E seguem com chances de ir ao Mundial. (SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Dupla tenta bi contra técnicos-craques Próximo Texto: O personagem: Após fiasco em 2001, Zé Roberto busca redenção Índice
|