São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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FUTEBOL

Parreira pede para reservas que buscam vaga na Copa dominarem posse de bola para evitar fadiga contra a Bolívia

"Bobinho" cadencia vestibular da seleção

DO ENVIADO A TERESÓPOLIS

Com a estratégia de colocar os bolivianos no "bobinho", o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, vai submeter hoje os reservas da seleção brasileira a um vestibular contra a Bolívia, às 17h, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa de 2006.
Preocupado em minimizar os efeitos da altitude -La Paz, cidade que abriga o duelo, está localizada a 3.600 metros de altitude-, o treinador exigiu dos jogadores um futebol cadenciado, com muitas trocas de passes.
Seu modelo são os tradicionais exercícios de "bobinho", no qual atletas trocam passes sem deixar um colega tocar na bola.
"Temos que ditar o ritmo da partida desde o início para evitar a correria deles. Se tivermos que cair no jogo dos bolivianos, teremos problemas", disse o técnico, que classificou a partida como "de risco" pelo ar rarefeito, que faz os desabituados passarem mal.
"Jogar na altitude sempre é problemático. Fiquei sem ar da última vez. Por isso, tocar a bola é a principal estratégia", disse o volante Renato, um dos "calouros" do técnico na partida de hoje.
Com a seleção já classificada para o Mundial, Parreira decidiu poupar atletas badalados, como Ronaldo, Ronaldinho e Kaká, e vai escalar o time somente com um titular -o atacante Adriano.
Com a nova formação, o treinador pretende solucionar "algumas dúvidas" que tem no grupo antes de fechar a lista para o Mundial. "Quero ver alguns jogadores em ação. Quero ter a segurança total para fazer a relação completa para a Copa", explicou Parreira.
A oportunidade mexeu com os atletas que ainda não carimbaram passaporte para a Alemanha.
"Agora é entrar em campo e fazer de tudo para ficar no grupo", declarou o lateral Gilberto, que disputa a vaga com Gustavo Nery para ficar na reserva de Roberto Carlos na Alemanha. Além de Gilberto, Ricardinho e Luisão serão os principais jogadores avaliados por Parreira. O treinador ainda tem dúvida com relação aos três. Alex, no meio, e Cris, na zaga, são os outros concorrentes.
Teve quem reclamou. "É sempre muito chato ter que ouvir que estou sendo testado. Já estou há três anos na seleção, mas não posso fazer nada. Vou fazer de tudo para ajudar o Brasil a vencer esta partida", disse o meia Juninho Pernambucano, titular hoje.
Para o jogo na capital boliviana, a seleção fará uma preparação especial. O time deverá chegar a La Paz duas horas antes do início da partida. A delegação brasileira só deixaria o país na noite de ontem. Do Rio, seguiria para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Na mala, a seleção levará muito café. Com a cafeína liberada pela Fifa, os jogadores serão obrigados a beber "cafezinhos" durante a permanência em La Paz. Os médicos do elenco alegam que a cafeína incrementa a produção energética dos atletas.
A seleção amarga duas derrotas consecutivas nas últimas partidas em La Paz pelas eliminatórias. Em 1993, o time comandado por Parreira perdeu por 2 a 0. Em 2001, a equipe então chefiada por Luiz Felipe Scolari levou de 3 a 1.
O Brasil soma 30 pontos, um a menos que a Argentina. Logo após o jogo de hoje, viaja a Belém, onde enfrenta a Venezuela na quarta-feira, no encerramento das eliminatórias sul-americanas.
Na rodada de ontem, Paraguai (1 a 0 contra a Venezuela, fora) e Equador (0 a 0 com o Uruguai em casa) garantiram vagas na Copa. Colômbia e Chile também empataram: 1 a 1 em Barranquilla. E seguem com chances de ir ao Mundial. (SÉRGIO RANGEL)

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