FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA

Junte o desaparecimento de nomes famosos, a desistência de patrocinadores, o troca-troca entre pilotos e a realização das duas últimas etapas do campeonato no Japão e na China, paraísos de consumo. A F-1 vive neste fim de temporada um inédito clima de queima total de estoque.
Literalmente. A onda que vinha se intensificando nas etapas européias do Mundial explodiu em Suzuka, onde nesta madrugada aconteceria o GP do Japão. E deve chegar ao clímax em Xangai, na China, no próximo final de semana, no fechamento do Mundial.
Nos autódromos, produtos com marcas de equipes e pilotos, como camisetas e bandeiras, são vendidos a preço de custo. Um boné da BAR, que custava 40 (quase R$ 112) na primeira metade da temporada, sai em Suzuka pela metade. O motivo para a liqüidação é o volume de mudanças para a próxima temporada. Não é pouco.
Os nomes BAR, Sauber e Minardi sumirão de cena para a entrada de suas novas proprietárias, respectivamente Honda, BMW e Red Bull. A Williams perderá a companhia da BMW e da HP, fornecedora de motores e principal patrocinadora nos últimos anos. Além disso, apenas McLaren, Renault e Toyota devem manter as duplas de pilotos que utilizaram nesta temporada.
Ou seja, os produtos deste ano têm apenas mais uma semana de vida. Além da saída pela liqüidação, outras duas soluções foram encontradas pelas equipes para se livrar do que está encalhado. No Japão, anteontem, barracas da Sauber distribuíam gratuitamente ao público bonés de Felipe Massa e Jacques Villeneuve.
Já a BMW, preocupada em não depreciar a marca, resolveu incinerar camisetas, jaquetas e tudo o mais que associa seu logotipo ao da Williams -a primeira idéia da equipe era vender seus produtos a preço de custo para que outros patrocinadores os oferecessem como brinde em promoções. A montadora alemã é parceira do time inglês desde 2000.
O clima de fim de feira atinge também o paddock. Dono da equipe que leva seu nome, Peter Sauber oferecerá um coquetel na sexta, em Xangai, para marcar sua despedida da F-1 após 12 anos.
A Minardi até agora não anunciou nenhum evento. No seu caso, os produtos nas barracas são escassos, mas a ausência será sentida. Mais nanica escuderia da categoria, é a oitava que mais disputou GPs na história: 339, o primeiro há pouco mais de duas décadas, exatamente no Brasil.

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