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Edmundo dá recital, e Palmeiras quebra tabu
Atacante serve e faz gol, e seu time ganha do Fla em casa pela 1ª vez em 5 anos
Palmeiras 3
Flamengo 1
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ataque rápido do Flamengo.
Obina foi lançado, driblou o goleiro Diego, quase caiu, mas
ainda conseguiu fazer o gol do
Flamengo. Jogada digna de
Eto'o. Mas desta vez não foi suficiente para inflamar a torcida
a dizer que o rubro-negro é melhor que o camaronês.
Àquela altura do jogo, Edmundo já havia sido muito melhor que Obina. E o Palmeiras
já tinha três gols a seu favor.
O atacante, apagado no primeiro tempo, quando Marcinho abriu o marcador para o
Palmeiras, tomou conta da etapa final. Ele fez o segundo gol e
deu o passe para o terceiro.
Saiu de campo, mais uma vez,
ovacionado pela torcida como o
grande artífice do primeiro
triunfo do Palmeiras sobre o
Flamengo em cinco anos.
"Eu vi isso na TV. E time
grande não pode ficar tanto
tempo sem ganhar assim", afirmou o atacante do Palmeiras.
Foi uma atuação semelhante
à que ele tivera no ano passado,
quando jogava pelo Figueirense e que selou o seu retorno ao
clube do Parque Antarctica.
E, ironia própria das histórias que cercam uma partida de
futebol, Edmundo ainda encostou em Zico como um dos
maiores artilheiros do Brasileiro em todos os tempos. O mítico camisa 10 do Flamengo fez
135 gols na competição. O xodó
palmeirense atingiu ontem a
marca de 134 tentos.
A centelha que fez Edmundo
explodir parece ter sido a faixa
de capitão. Coincidentemente,
depois que Francis fixou o símbolo em seu braço, depois de
Juninho, que começara com a
patente saiu de campo, o jogo
começou a ficar em seus pés.
Mas, aparentemente, o fato
nada tem a ver com rusgas anteriores entre os dois ídolos. Ao
fazer seu gol, Edmundo correu
para abraçar Juninho.
O camisa 7, no entanto, não
quis ficar com os louros do
triunfo só para si. "O time correu, lutou. E quando se faz isso,
a torcida ajuda e aí fica fácil na
frente. A gente precisava desses
pontos. Quanto mais rápido fizermos 45 pontos [para ficar
longe do descenso], melhor."
Mas a sua atuação foi elogiada pelos companheiros. Sobretudo Paulo Baier, que recebeu a
assistência dele e marcou o terceiro gol palmeirense.
"Ele fez uma grande jogada e
eu tive a felicidade de pegar
bem de pé esquerdo", disse o
ala direita, dando razão ao gesto feito pelo companheiro depois do lance -Edmundo batia
com o dedo na cabeça, para
mostrar que a jogada foi feita
com inteligência.
"Na hora do gol a gente fica
feliz e faz um monte de gesto",
desconversou o camisa 7, que
se despediu da torcida da maneira que mais gosta: jogando a
camisa para as arquibancadas,
com gritos ao fundo de "au, au,
au, Edmundo é animal!".
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