São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006

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Edmundo dá recital, e Palmeiras quebra tabu

Atacante serve e faz gol, e seu time ganha do Fla em casa pela 1ª vez em 5 anos

Palmeiras 3
Flamengo 1


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ataque rápido do Flamengo. Obina foi lançado, driblou o goleiro Diego, quase caiu, mas ainda conseguiu fazer o gol do Flamengo. Jogada digna de Eto'o. Mas desta vez não foi suficiente para inflamar a torcida a dizer que o rubro-negro é melhor que o camaronês.
Àquela altura do jogo, Edmundo já havia sido muito melhor que Obina. E o Palmeiras já tinha três gols a seu favor.
O atacante, apagado no primeiro tempo, quando Marcinho abriu o marcador para o Palmeiras, tomou conta da etapa final. Ele fez o segundo gol e deu o passe para o terceiro.
Saiu de campo, mais uma vez, ovacionado pela torcida como o grande artífice do primeiro triunfo do Palmeiras sobre o Flamengo em cinco anos.
"Eu vi isso na TV. E time grande não pode ficar tanto tempo sem ganhar assim", afirmou o atacante do Palmeiras.
Foi uma atuação semelhante à que ele tivera no ano passado, quando jogava pelo Figueirense e que selou o seu retorno ao clube do Parque Antarctica.
E, ironia própria das histórias que cercam uma partida de futebol, Edmundo ainda encostou em Zico como um dos maiores artilheiros do Brasileiro em todos os tempos. O mítico camisa 10 do Flamengo fez 135 gols na competição. O xodó palmeirense atingiu ontem a marca de 134 tentos.
A centelha que fez Edmundo explodir parece ter sido a faixa de capitão. Coincidentemente, depois que Francis fixou o símbolo em seu braço, depois de Juninho, que começara com a patente saiu de campo, o jogo começou a ficar em seus pés.
Mas, aparentemente, o fato nada tem a ver com rusgas anteriores entre os dois ídolos. Ao fazer seu gol, Edmundo correu para abraçar Juninho.
O camisa 7, no entanto, não quis ficar com os louros do triunfo só para si. "O time correu, lutou. E quando se faz isso, a torcida ajuda e aí fica fácil na frente. A gente precisava desses pontos. Quanto mais rápido fizermos 45 pontos [para ficar longe do descenso], melhor."
Mas a sua atuação foi elogiada pelos companheiros. Sobretudo Paulo Baier, que recebeu a assistência dele e marcou o terceiro gol palmeirense.
"Ele fez uma grande jogada e eu tive a felicidade de pegar bem de pé esquerdo", disse o ala direita, dando razão ao gesto feito pelo companheiro depois do lance -Edmundo batia com o dedo na cabeça, para mostrar que a jogada foi feita com inteligência.
"Na hora do gol a gente fica feliz e faz um monte de gesto", desconversou o camisa 7, que se despediu da torcida da maneira que mais gosta: jogando a camisa para as arquibancadas, com gritos ao fundo de "au, au, au, Edmundo é animal!".


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