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Na reta final, Brasileiro vê pane de referências
Defesa do São Paulo e ataque do Cruzeiro derrapam nas últimas três rodadas
Como os setores mais badalados dos dois times ruíram simultaneamente, a diferença entre líder e vice-líder se manteve na tabela
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se alguém acompanha o Brasileiro há só três rodadas, não
entenderá tantos elogios feitos
à defesa são-paulina e ao ataque cruzeirense. Os dois setores mais badalados da disputa
entraram em pane justamente
na reta final do campeonato.
O São Paulo, hoje, não tem
números de melhor defesa da
história do Nacional. Isso porque foi vazado em suas últimas
três partidas. Corinthians, Flamengo e Internacional, três
clubes mal colocados na tabela,
furaram a retaguarda armada
pelo técnico Muricy Ramalho.
Nas três últimas rodadas, a
seqüência de um gol sofrido por
jogo do São Paulo elevou a média do time nesse quesito no
Brasileiro deste ano para 0,36.
Em 1973, o Palmeiras foi campeão nacional com uma média
recorde de 0,33 gol sofrido por
jogo. Se quiser superar essa
marca alviverde, o São Paulo
poderá levar somente um gol
em seus últimos oito jogos.
Dois dos gols levados pelo
São Paulo nas três últimas partidas saíram de jogadas de bola
parada, uma especialidade da
equipe de Muricy. O outro gol,
do Flamengo, saiu após uma rebatida infeliz da zaga tricolor.
Levando em conta apenas as
últimas três rodadas, o São
Paulo teria só a sexta melhor
defesa do campeonato (empatada com quatro equipes).
Para a sorte dos são-paulinos, no mesmo momento em
que sua decantada defesa dava
sinais de fraqueza, o ataque de
seu maior perseguidor, o Cruzeiro, entrou em parafuso.
O time de Dorival Júnior,
ainda o melhor em gols no atual
Brasileiro (marcou 64 tentos),
balançou as redes adversárias
apenas uma vez nas três últimas rodadas, quando o time
mineiro somou só um ponto
-estava nove pontos atrás do
São Paulo e agora está a 11.
Até a 27ª rodada, o Cruzeiro
tinha média de 2,33 gols por jogo. Nas últimas três rodadas,
com média de 0,33 tento por
partida, só não foi pior ofensivamente que o Vasco, que passou em branco contra Santos,
Juventude e Atlético-PR.
O Cruzeiro ainda pegou apenas um time bem colocado na
tabela nas últimas três rodadas
-recebeu o Santos de Vanderlei Luxemburgo. Contra o Figueirense, também no Mineirão, marcou seu último gol no
campeonato. A queda ofensiva
do time agora deixa em risco
até a vaga na Libertadores.
Santos, Palmeiras e Grêmio
estão com um, dois e quatro
pontos atrás do Cruzeiro, respectivamente. Talvez o jogo entre São Paulo e Cruzeiro no
próximo dia 21, no Morumbi,
nem seja mais a "final" do Brasileiro, embora reunirá ainda a
melhor defesa e o melhor ataque do país, possivelmente.
O São Paulo, que se divide entre Brasileiro e Copa Sul-Americana, perderá um de seus zagueiros para a seleção brasileira: Alex Silva. O Cruzeiro, por
sua vez, cederá Marcelo Moreno, um de seus destaques ofensivos, para a seleção boliviana.
No Cruzeiro, uma esperada
volta ao ataque deve acontecer
contra o Náutico nesta sexta-feira. O centroavante Alecsandro, irmão do são-paulino Richarlyson, está recuperado de
lesão no tornozelo direito sofrida no início de setembro.
O São Paulo, que apontava a
seqüência atual de jogos como a
mais difícil para o clube, vai encarar no sábado no Rio a segunda melhor defesa do Brasileiro.
O Fluminense levou 26 gols.
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