São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Na reta final, Brasileiro vê pane de referências

Defesa do São Paulo e ataque do Cruzeiro derrapam nas últimas três rodadas

Como os setores mais badalados dos dois times ruíram simultaneamente, a diferença entre líder e vice-líder se manteve na tabela

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se alguém acompanha o Brasileiro há só três rodadas, não entenderá tantos elogios feitos à defesa são-paulina e ao ataque cruzeirense. Os dois setores mais badalados da disputa entraram em pane justamente na reta final do campeonato.
O São Paulo, hoje, não tem números de melhor defesa da história do Nacional. Isso porque foi vazado em suas últimas três partidas. Corinthians, Flamengo e Internacional, três clubes mal colocados na tabela, furaram a retaguarda armada pelo técnico Muricy Ramalho.
Nas três últimas rodadas, a seqüência de um gol sofrido por jogo do São Paulo elevou a média do time nesse quesito no Brasileiro deste ano para 0,36. Em 1973, o Palmeiras foi campeão nacional com uma média recorde de 0,33 gol sofrido por jogo. Se quiser superar essa marca alviverde, o São Paulo poderá levar somente um gol em seus últimos oito jogos.
Dois dos gols levados pelo São Paulo nas três últimas partidas saíram de jogadas de bola parada, uma especialidade da equipe de Muricy. O outro gol, do Flamengo, saiu após uma rebatida infeliz da zaga tricolor.
Levando em conta apenas as últimas três rodadas, o São Paulo teria só a sexta melhor defesa do campeonato (empatada com quatro equipes).
Para a sorte dos são-paulinos, no mesmo momento em que sua decantada defesa dava sinais de fraqueza, o ataque de seu maior perseguidor, o Cruzeiro, entrou em parafuso.
O time de Dorival Júnior, ainda o melhor em gols no atual Brasileiro (marcou 64 tentos), balançou as redes adversárias apenas uma vez nas três últimas rodadas, quando o time mineiro somou só um ponto -estava nove pontos atrás do São Paulo e agora está a 11.
Até a 27ª rodada, o Cruzeiro tinha média de 2,33 gols por jogo. Nas últimas três rodadas, com média de 0,33 tento por partida, só não foi pior ofensivamente que o Vasco, que passou em branco contra Santos, Juventude e Atlético-PR.
O Cruzeiro ainda pegou apenas um time bem colocado na tabela nas últimas três rodadas -recebeu o Santos de Vanderlei Luxemburgo. Contra o Figueirense, também no Mineirão, marcou seu último gol no campeonato. A queda ofensiva do time agora deixa em risco até a vaga na Libertadores.
Santos, Palmeiras e Grêmio estão com um, dois e quatro pontos atrás do Cruzeiro, respectivamente. Talvez o jogo entre São Paulo e Cruzeiro no próximo dia 21, no Morumbi, nem seja mais a "final" do Brasileiro, embora reunirá ainda a melhor defesa e o melhor ataque do país, possivelmente.
O São Paulo, que se divide entre Brasileiro e Copa Sul-Americana, perderá um de seus zagueiros para a seleção brasileira: Alex Silva. O Cruzeiro, por sua vez, cederá Marcelo Moreno, um de seus destaques ofensivos, para a seleção boliviana.
No Cruzeiro, uma esperada volta ao ataque deve acontecer contra o Náutico nesta sexta-feira. O centroavante Alecsandro, irmão do são-paulino Richarlyson, está recuperado de lesão no tornozelo direito sofrida no início de setembro.
O São Paulo, que apontava a seqüência atual de jogos como a mais difícil para o clube, vai encarar no sábado no Rio a segunda melhor defesa do Brasileiro. O Fluminense levou 26 gols.


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