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Crise econômica preocupa os jogadores da seleção
Atletas temem que seus clubes fiquem em dificuldades e eles sofram com isso
Times do futebol inglês,
onde atuam, entre outros,
Elano, Lucas, Jô e Robinho,
possuem uma dívida de
US$ 6 bilhões, diz federação
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
A crise financeira mundial
deixou os milionários jogadores da seleção brasileira em
alerta na Granja Comary. A
maioria dos convocados por
Dunga atua na Europa, continente que começa a sentir os
reflexos do colapso das últimas
semanas nos mercados.
Nos intervalos dos treinos
em Teresópolis, jogadores admitem acompanhar a evolução
da crise. Anteontem, o presidente da federação inglesa,
Lord Triesman, deixou o mundo do futebol preocupado ao divulgar que os 92 times profissionais do país acumulam dívida de cerca de US$ 6 bilhões.
"A situação preocupa, mas
ainda não teve nenhum problema lá. Os salários estão em dia",
disse o volante Lucas, do Liverpool, clube que está em posição
delicada. O Liverpool foi comprado recentemente pelos empresários norte-americanos
Tom Hicks e George Gillett,
que conseguiram um empréstimo de cerca de 700 milhões
para viabilizar a negociação. O
financiamento foi feito pelo
Wachovia, um dos bancos abatidos pela crise.
"'Eles [os donos do clube]
ainda não conversaram com a
gente, mas sabemos de algumas notícias. Tomamos conhecimento de que a obra do estádio foi segurada. Neste momento, temos apenas que
aguardar. Espero que o clube
seja bem gerenciado e não passe por problemas", concluiu
Lucas, que disputa sua segunda
temporada pelo Liverpool.
Contratado pelo Manchester
City por cerca de R$ 60 milhões, o atacante Jô admitiu
que o futuro é incerto, mas disse que ainda não tem motivos
para se preocupar com os reflexos da crise financeira mundial
no seu clube. O Manchester
City foi comprado há cerca de
dois meses pelo bilionário árabe Sulaiman al-Fahim. Ele pagou cerca de US$ 200 milhões a
Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro tailandês.
Apesar do temor com os rumos da economia mundial, os
jogadores afirmam que ainda
não amargaram prejuízos. Eles
disseram não investir nas bolsas de valores, que têm sofrido
seguidas quedas pelo mundo.
"Sempre tento ficar por dentro do que está acontecendo no
exterior. Por enquanto, estou
calmo. Mas os que atuam fora
do Brasil têm que ficar com
olho aberto", disse o lateral
Juan Júnior, do Flamengo.
O zagueiro Thiago Silva, do
Fluminense, é outro que disse
estar preocupado com a crise
mundial. "Fiquei receoso. O jogador tem um curto período
para fazer o pé-de-meia e deixar escapar boas oportunidades de ganhar dinheiro. Por isso, tento sempre me informar
para não cair numa furada",
disse ele, que vai se transferir
para a Inter de Milão em 2009.
Elano, do Manchester City,
foi o único otimista ouvido pela
Folha. "Não me envolvo com
isso. Faço o meu trabalho. O
clube é muito organizado. e tudo vai se resolver", afirmou.
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