São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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POLÍTICA

Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, busca convencer parlamentares a aprovarem emendas ao Orçamento

Governo pedirá R$ 47 mi a mais para Pans

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério do Esporte e Turismo vai encaminhar para o Congresso nos próximos dias duas emendas aumentando em US$ 13,2 milhões (aproximadamente R$ 47 milhões) a proposta de orçamento do ano que vem para o esporte de alto rendimento.
São dois os motivos: o Pan-Americano de 2003, em Santo Domingo (R$ 8 milhões), e o Pan de 2007, no Rio (R$ 39 milhões).
Os pareceres técnicos recomendando o aumento na verba foram finalizados nesta semana pela Secretaria Nacional do Esporte e enviados para o ministério.
Se as emendas forem aprovadas pela Comissão Mista de Orçamento, a verba total destinada ao esporte de alto rendimento no país para o ano que vem sofrerá um aumento de 620%, passando a ser de R$ 54,638 milhões.
O valor da verba originalmente requisitada pelo ministério para o esporte de alto rendimento em 2003 havia sido R$ 7,638 milhões.
Neste ano, mesmo com os Jogos Sul-Americanos no país, foram consumidos R$ 8,1 milhões.
As ações relacionadas ao esporte de alto rendimento englobam tudo o que se refere à elite esportiva (atletas de alto nível, confederações nacionais e torneios nacionais e internacionais de ponta).
No total, a proposta atual do ministério pede para todas as atividades esportivas, incluindo o fomento ao esporte estudantil e outras atividades, R$ 144,5 milhões. Ou seja, só o dinheiro do esporte de rendimento, R$ 54,6 milhões, representaria 37,8% desse total.
O presidente Fernando Henrique Cardoso havia recomendado aos ministros que não realizassem mais alterações nas suas propostas orçamentárias para 2003.
"O Pan-Americano de 2007 no Rio de Janeiro é um fato novo, aconteceu [em agosto] depois que os ministérios há haviam encaminhado seus orçamentos ao Ministério do Planejamento", justifica o secretário nacional do Esporte, Lars Grael. "É importante que a emenda seja aprovada. Caso contrário, deixaremos um compromisso para o próximo governo, mas sem o orçamento necessário para que tudo seja executado."
O Pan-2007 tem custo total calculado em US$ 177,9 milhões. O governo federal arcará com US$ 43,1 milhões (24,23%). A maior investidora na competição é a Prefeitura do Rio, que bancará US$ 75,2 mi (42,3%). O resto da verba virá do governo fluminense (US$ 9,8 mi ou 5,53%) e da iniciativa privada (US$ 49 mi ou 27%).
De acordo com a secretaria, um quarto do dinheiro do Pan-2007 teria de estar disponível no próximo ano para tornar possível a realização de estudos relacionados ao planejamento da competição. Em 2003 devem ser realizadas licitações para a seleção das companhias que farão obras relacionadas aos Jogos Pan-Americanos.
A emenda será encaminhada ao deputado federal José Carlos Aleluia (PFL-BA), presidente da Comissão Mista de Orçamento, e passará a tramitar no Congresso.
A Folha apurou que o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, esteve em Brasília na semana passada e, ao lado de funcionários do ministério, realizou um trabalho de bastidores com os deputados na tentativa de sensibilizá-los.
No dia da eleição da cidade que receberia o Pan-2007, Rio ou a norte-americana San Antonio, no mês de agosto, foram exibidas mensagens de apoio em vídeo do presidente FHC e dos quatro principais candidatos à presidência, incluindo o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva.
A escolha do Rio como sede do Pan é a principal arma do COB para alavancar a candidatura da cidade à Olimpíada de 2012.


Colaborou Fábio Seixas, da Reportagem Local


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