São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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esporte fino

Hugo Boss vai vestir seleção brasileira, que entra na lista de times que vestem trajes sociais de gigantes do mundo da moda

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir do ano que vem, Dunga poderá trocar as roupas de gosto duvidoso desenhadas por sua filha por ternos da Hugo Boss, que vai vestir a seleção brasileira em suas viagens e também colocar modelitos à disposição do treinador.
Se optar pelo figurino, engrossará o time de esportistas modelos de grifes famosas.
Seja na Europa, nos EUA e agora com a seleção brasileira, gigantes das passarelas correm atrás de clubes, atletas e técnicos para servirem de garotos-propagandas de seus produtos, que, nesse caso, não são chuteiras, camisetas ou agasalhos.
Pesos pesados do mundo fashion, como Armani, Dolce & Gabbana e Ralph Lauren, e gigantes dos ternos, casos da Hugo Boss, Paul Smith e Joseph Abboud, acertaram nos últimos meses longos contratos para vestir atletas, fora de campo, e também os técnicos -estes últimos, por poderem usar seus produtos durante os jogos, viraram alvos preferenciais.
Na última segunda-feira, 26 dos 30 treinadores da NBA, a liga americana de basquete, assinaram um contrato de três anos com a Joseph Abboud, marca dos EUA de roupas masculinas, que já tinha um acerto com os técnicos da NFL, a liga de futebol americano.
Cada treinador teve suas medidas apanhadas pela empresa, que vai colocar US$ 500 mil em seus produtos à disposição dos técnicos, cujas silhuetas que fogem do padrão de modelos são tidas como um atrativo.
"Para nós, é uma forma fantástica de mostrar nossos ternos para os homens americanos com todo tipo de corpo", diz Marty Staff, o presidente da empresa americana.
Entretanto é na Europa que estão as mais ousadas parcerias entre o esporte e a moda.

Capa do Batman
Na Inglaterra, a Armani vai vestir o Chelsea até 2010. Até Luiz Felipe Scolari, famoso por seus agasalhos, já posou como modelo com o terno desenhado pela empresa italiana -mas o treinador ainda resiste a usar o traje durante as partidas.
Uma linha completa foi feita para o clube, que também pode ser comprada nas lojas Armani na Inglaterra -os ternos chegam a custar mais de R$ 3.000.
"O tema dos super-heróis é muito forte na minha mente no momento. Espero que meus ternos tenham um efeito similar ao da capa do Batman para os jogadores do Chelsea", filosofa Giorgio Armani, o dono da grife, sobre a parceria.
No milionário futebol inglês, logo surgiu um contra-ataque à Armani. Em maio passado, o Manchester United assinou por três anos com a Paul Smith, grife de seu país que também aposta alto na moda masculina.
O fundador da marca, que dá seu nome a ela, relata o motivo principal do acerto.
"O Manchester United tem uma base grande de torcedores por todo o mundo. Sei que meus clientes no Japão, na Coréia, em Hong Kong e em todo sudeste asiático ficarão interessados na parceria", diz Paul Smith, prevendo que a força do clube impulsione suas vendas.
Na Itália, a Dolce & Gabbana levou para o Milan e a seleção daquele país a mesma ousadia que fez da marca uma das preferidas do mundo pop -Madonna é uma das clientes.
No início deste ano, a grife estendeu seu contrato com o Milan até 2010. Segue fazendo um calendário com fotos ousadas de jogadores do clube (no deste ano Alexandre Pato aparece com a cueca à mostra).
A Hugo Boss, que, além de fornecer ternos, vai pagar cerca de US$ 200 mil por ano para a CBF pelo direito de vestir a seleção brasileira, tem hoje contratos com o Bayern de Munique e o Real Madrid.
Na Olimpíada de Pequim, em agosto passado, a delegação americana usou roupas da Ralph Lauren nas cerimônias de abertura e encerramento.


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