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esporte fino
Hugo Boss vai vestir seleção brasileira, que entra na lista de times que vestem trajes sociais de gigantes do mundo da moda
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir do ano que vem,
Dunga poderá trocar as roupas
de gosto duvidoso desenhadas
por sua filha por ternos da Hugo Boss, que vai vestir a seleção
brasileira em suas viagens e
também colocar modelitos à
disposição do treinador.
Se optar pelo figurino, engrossará o time de esportistas
modelos de grifes famosas.
Seja na Europa, nos EUA e
agora com a seleção brasileira,
gigantes das passarelas correm
atrás de clubes, atletas e técnicos para servirem de garotos-propagandas de seus produtos,
que, nesse caso, não são chuteiras, camisetas ou agasalhos.
Pesos pesados do mundo fashion, como Armani, Dolce &
Gabbana e Ralph Lauren, e gigantes dos ternos, casos da Hugo Boss, Paul Smith e Joseph
Abboud, acertaram nos últimos
meses longos contratos para
vestir atletas, fora de campo, e
também os técnicos -estes últimos, por poderem usar seus
produtos durante os jogos, viraram alvos preferenciais.
Na última segunda-feira, 26
dos 30 treinadores da NBA, a liga americana de basquete, assinaram um contrato de três
anos com a Joseph Abboud,
marca dos EUA de roupas masculinas, que já tinha um acerto
com os técnicos da NFL, a liga
de futebol americano.
Cada treinador teve suas medidas apanhadas pela empresa,
que vai colocar US$ 500 mil em
seus produtos à disposição dos
técnicos, cujas silhuetas que fogem do padrão de modelos são
tidas como um atrativo.
"Para nós, é uma forma fantástica de mostrar nossos ternos para os homens americanos com todo tipo de corpo",
diz Marty Staff, o presidente da
empresa americana.
Entretanto é na Europa que
estão as mais ousadas parcerias
entre o esporte e a moda.
Capa do Batman
Na Inglaterra, a Armani vai
vestir o Chelsea até 2010. Até
Luiz Felipe Scolari, famoso por
seus agasalhos, já posou como
modelo com o terno desenhado
pela empresa italiana -mas o
treinador ainda resiste a usar o
traje durante as partidas.
Uma linha completa foi feita
para o clube, que também pode
ser comprada nas lojas Armani
na Inglaterra -os ternos chegam a custar mais de R$ 3.000.
"O tema dos super-heróis é
muito forte na minha mente no
momento. Espero que meus
ternos tenham um efeito similar ao da capa do Batman para
os jogadores do Chelsea", filosofa Giorgio Armani, o dono da
grife, sobre a parceria.
No milionário futebol inglês,
logo surgiu um contra-ataque à
Armani. Em maio passado, o
Manchester United assinou
por três anos com a Paul Smith,
grife de seu país que também
aposta alto na moda masculina.
O fundador da marca, que dá
seu nome a ela, relata o motivo
principal do acerto.
"O Manchester United tem
uma base grande de torcedores
por todo o mundo. Sei que
meus clientes no Japão, na Coréia, em Hong Kong e em todo
sudeste asiático ficarão interessados na parceria", diz Paul
Smith, prevendo que a força do
clube impulsione suas vendas.
Na Itália, a Dolce & Gabbana
levou para o Milan e a seleção
daquele país a mesma ousadia
que fez da marca uma das preferidas do mundo pop -Madonna é uma das clientes.
No início deste ano, a grife
estendeu seu contrato com o
Milan até 2010. Segue fazendo
um calendário com fotos ousadas de jogadores do clube (no
deste ano Alexandre Pato aparece com a cueca à mostra).
A Hugo Boss, que, além de
fornecer ternos, vai pagar cerca
de US$ 200 mil por ano para a
CBF pelo direito de vestir a seleção brasileira, tem hoje contratos com o Bayern de Munique e o Real Madrid.
Na Olimpíada de Pequim, em
agosto passado, a delegação
americana usou roupas da
Ralph Lauren nas cerimônias
de abertura e encerramento.
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