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Mundo separa Kaká e Riquelme
Enquanto astro do Milan reina na Europa, craque do Boca Juniors só encontra glória na América
Com trajetórias diferentes até em suas seleções, ídolos dos favoritos no Mundial têm poucos duelos na bola e, de novo, destino os separa
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um brilha na Europa, o outro
é sinônimo de sucesso na América. Um ganha títulos com a seleção, o outro fracassa em momentos importantes pelo seu
país. Um simboliza o craque
moderno, o outro lembra mais
os meias clássicos da antiga.
Kaká e Riquelme são hoje os
maiores astros de Milan e Boca
Juniors, mas, mais uma vez,
suas trajetórias não se cruzarão
em campo. O meia-atacante
brasileiro servirá o time italiano no Mundial de Clubes, e o
meia argentino não teve sua
participação aprovada pela Fifa
no torneio do Japão.
Em 2000, enquanto Kaká sofria incertezas nas divisões de
base do São Paulo, Riquelme já
ganhava a América e o mundo
pelo Boca. No ano seguinte, o
brasileiro ascenderia profissionalmente, mas ainda ficaria
distante do argentino, de novo
campeão da Libertadores e
eleito o melhor do continente.
Muita coisa separou os dois
até este 2007 em que Kaká,
vencedor da Copa dos Campeões, ganhou a ""Bola de Ouro"
(444 votos) e Riquelme, campeão da Libertadores e virtual
melhor da América, foi só o 14º
(15 votos) na tradicional premiação da ""France Football".
No time do coração, Riquelme ganhou tudo que era possível e virou um dos maiores ídolos. Volta agora mais uma vez
ao Boca Juniors. Já Kaká não
disputou torneio internacional
oficial pelo São Paulo. Deixou o
time de infância criticado por
torcedores e não espera voltar.
Na Europa, os dois viveram
situações bem diferentes também. Riquelme não vingou na
temporada de estréia no Barcelona e acabou no modesto Vil-larreal, onde se destacou, mas
ficou sem títulos de expressão.
Kaká, desde o início no Milan, impressionou. Virou logo
titular e faturou títulos nacionais e continentais. Despertou
interesse de outros gigantes.
Por pouco ambos não decidiram a Copa dos Campeões de
2006. Riquelme perdeu pênalti
crucial na semifinal, e Kaká viu
seu Milan ser batido pelo Barcelona de Ronaldinho na fase.
Os dois craques se aproximaram em campanhas publicitárias da Adidas, mas não travaram batalhas interclubes no
novo e no velho continente.
Pelas suas seleções, aconteceram dois encontros pontuais,
mas suas carreiras também tomaram rumos diferentes. Na
Copa-2002, ainda em "fase de
crescimento", Kaká foi chamado para integrar o elenco penta.
Riquelme, já formado, foi preterido em seleção que ruiu.
Se Kaká ganhou espaço na
seleção cedo, Riquelme coleciona fracassos pelo seu país
desde garoto -foi assim no
Pré-Olímpico-2000, no Brasil.
Na última Copa América, Kaká pediu dispensa e não teve como medir forças com Riquelme. Mas mesmo com uma equipe alternativa o Brasil parou a
seleção argentina, guiada em
campo pelo habilidoso meia.
Em 2005, um raro duelo na
final da Copa das Confederações: 4 a 1 Brasil. Kaká fez gol,
Riquelme sumiu. Um ano depois, em amistoso, Brasil 3 x 0
Argentina. Kaká anotou golaço,
Riquelme saiu tão chateado
com críticas que abandonou
por quase um ano sua seleção.
Agora, no Mundial de Clubes,
Riquelme só poderá torcer contra Kaká. E na volta do Japão os
destinos serão de novo diferentes. O brasileiro volta à Europa,
onde será melhor do mundo
para a Fifa, e o argentino retorna para casa, na América.
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