São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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TÊNIS

Panela maior


Por alguns momentos, foi possível imaginar o tênis brasileiro trabalhando em uma mesma direção


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

APÓS SETE anos, o país voltava a ter um ATP Tour. E Fernando Meligeni estava na final.
Salvava o torneio feito sob medida para Gustavo Kuerten, então número um, mas eliminado antes da hora.
Para quem pagou caro para ver o torneio, para o próprio tênis nacional, um alívio ter brasileiro na final.
Depois de perder, porém, Meligeni soltou um "tem gente feliz com minha derrota". Deixou explícito que, no tênis brasileiro, o sucesso de um não era a alegria de todos.
Anos depois, um ex-treinador e um ex-jogador se encontraram na mesma Costa do Sauípe. Estranhamento e constrangimento. Um falou mal do outro a semana toda. Teoricamente, eram dias de festa, quando o país recebia seu único ATP Tour.
Não havia motivos para tal indelicadeza, a não ser o fato de um achar que o outro era "inimigo", da "panelinha" rival. Tempos de divisão e raiva nos bastidores, quando ainda imperava a tese do "melhor todo mundo perder do que alguém ganhar".
Pois anteontem, tal ex-treinador e tal ex-jogador se encontraram em São Paulo. Longe de serem amigos (apesar de serem gente boa, jamais serão amigos), cumprimentaram-se e até brincaram um com o outro, rapidamente, na festa do Prêmio Tênis, promovida pela "Revista Tênis".
Por algumas horas, no evento que pode significar uma reviravolta do tênis nacional, dirigentes, organizadores, patrocinadores, jornalistas, profissionais e juvenis conviveram pacífica e educadamente e prestaram homenagens. O organizador de um torneio ganhou um prêmio, e outros organizadores o aplaudiram.
Por algumas horas, foi possível imaginar o tênis brasileiro unido e festejando, reconhecendo valores e trabalhando na mesma direção. Impossível? Hoje, menos do que antes.
Difícil? Ainda, mas menos.
Passada a fase mais selvagem da briga de egos no tênis nacional, talvez tenha chegado a hora de pensar menos ou nada em quem não interessa, e mais em Guilherme Clezar e Beatriz Maia, juvenis, André Sá, Marcelo Melo, Bruno Soares, Nanda Alves, Carlos Santos e Thomaz Bellucci, eleitos os melhores do ano.

FUTURO?
A temporada termina com 86 brasileiros no ranking mundial. Os 30 torneios futures disputados por aqui foram fundamentais para o recorde. Há dois anos, eram 65.

FUTURES
Alexandre Bonato bateu o argentino Agustin Picco na final em Foz do Iguaçu, no sábado. Na semana anterior, André Miele havia caído na final de Fernandópolis, diante do grego Theodoros Angelinos.

PRESENTE
Em www.tenisbrasil.com.br, o leitor participa, até segunda-feira, da tradicional votação de fim de ano do maior site de tênis do país.

reandaku@uol.com.br

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