São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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Calendário vira problema para nadadores recrutas

NATAÇÃO
Olimpíada Militar será na mesma época do Mundial da China


FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

O recrutamento de atletas de alto nível para as Forças Armadas criou um grande problema de calendário para a natação do Brasil.
Em julho de 2011, o Rio abriga os Jogos Mundiais Militares e Xangai sedia o Mundial de Desportos Aquáticos.
As provas da natação não coincidem nos eventos, mas a proximidade de datas torna muito difícil a participação nos dois torneios com boas perspectivas de resultado.
A natação termina no dia 21 no Brasil e começa três dias depois em Xangai.
Para o Mundial de piscina curta (25 m), que começa no próximo dia 15 em Dubai, a delegação brasileira viajaria ontem à noite para um período de aclimatação no Kuait, ou seja, sete dias antes do início da competição.
Atualmente, a diferença de fuso do emirado árabe para Brasília é de seis horas -para Xangai, é de dez.
Pelo fato de ser sede da competição, existe a expectativa de que o Brasil desempenhe um bom papel no Rio.
Já o Mundial de Xangai é classificatório para os Jogos Olímpicos de Londres-2012.
"Nós vamos precisar dos melhores atletas, principalmente nos revezamentos, ou não vamos nos classificar", afirmou Ricardo de Moura, coordenador técnico de natação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). "O que é mais importante nesta história?"
Dos 25 atletas brasileiros que irão competir em Dubai, pelo menos 12 fazem parte das Forças Armadas.
"Temos muitos militares, mas o problemas maior não é quem é militar. Mas sim o objetivo pessoal de cada um", afirma Moura. "A partir das prioridades de cada um, vamos delinear um projeto."
O encavalamento de datas causa preocupação na CBDA pelo menos desde o meio da temporada. A Folha apurou que, em reunião com técnicos, chegou a ser levantada a hipótese de prisão para os nadadores-militares que não atendessem a convocação para competir no Rio.
O presidente da comissão desportiva militar do Brasil, o vice-almirante Bernardo Gamboa, afirma que esta hipótese é "terrorismo".
"Não está nada definido", afirmou Gamboa. "O problema está sendo estudado e vai ser bem equacionado."
Para tentar resolver o problema, a CBDA colocou em seu site um nota "urgente" anunciando uma reunião do Conselho Técnico Nacional de Natação, em janeiro.
"Vai ser apresentado um programa integrado para definir a situação dos atletas", disse Moura, acrescentando que o Exército está bem alinhado com a natação. "Acho que não haverá problema."
A incorporação de atletas de alto rendimento nas Forças Armadas é uma tendência recente no Brasil, mas é uma prática disseminada pelo mundo, segundo Gamboa.
"Não tem ineditismo. Estamos vindo a reboque do que França, Itália, Alemanha, China e outros já fazem."
Foram abertos editais públicos para ingresso de atletas de alto rendimento.
"Os atletas têm apoio no treinamento esportivo, treinamento físico e ainda contam com um pequeno salário", declarou Gamboa. "Gira em torno de R$ 2.000, mas o mais importante é que eles representam nosso país."


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