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Equipe da concordatária Parmalat fica sem artilheiro Adriano e será vendida até o meio do ano
Parma perde presidente e atletas e espera salvador
MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Parma, prestigiado clube italiano, será vendido até o final da
Série A do país, em junho. Seu
presidente renunciou ontem. Pelo
menos três jogadores de seu elenco, incluindo o brasileiro Adriano, serão vendidos. A crise da
multinacional Parmalat, que possui 98,7% das ações do clube e pediu concordata no fim de 2003
com dívida superior a 10 bilhões -cerca de R$ 36 bilhões-,
finalmente chegou à equipe.
O governo da Itália, que já havia
substituído o presidente e fundador da Parmalat, Calisto Tanzi
-que está preso-, por um interventor, Enrico Bondi, anunciou
oficialmente a venda do clube.
"Ao término do campeonato, o
Parma será vendido, pois não representa um ativo estratégico da
empresa", disse Antonio Marzano, ministro italiano da Indústria.
A decisão do governo era esperada: segundo novos dados, o
Parma sofreu prejuízo de 77
milhões (R$ 277 milhões) no seis
primeiros meses do ano passado,
além de dever 120 milhões (R$
432 milhões) ao grupo Parmalat,
que também estampava sua marca no uniforme da equipe.
Diante da situação caótica das
finanças do Parma, outro capítulo
da novela foi escrito ontem: o presidente do clube, Stefano Tanzi,
filho de Calisto, renunciou, em
reunião do conselho administrativo da equipe. Segundo comunicado oficial do clube, Tanzi sairá
formalmente do comando do
Parma apenas na próxima quarta.
Com ele, renunciaram mais oito
diretores do clube, incluindo o
primo de Stefano, Paolo. Sem os
Tanzi no comando, dizem analistas, a venda fica mais fácil.
O imbróglio financeiro por que
passa o clube não se restringe à diretoria. Apesar de a equipe não
estar tão mal no Italiano (sexta
posição, com 27 pontos), para aliviar a situação, foi determinada
pelo governo a negociação de três
atletas. "A venda é necessária para
que o time tenha condições equilibradas para completar o campeonato", disse Marzano. Um deles já está confirmado: Adriano.
O atacante brasileiro, que é o artilheiro da equipe (com 15 gols),
teve acertada sua venda para a Inter de Milão, que já tinha 50% de
seus direitos federativos, por 23
milhões (cerca de R$ 83 milhões).
Segundo Gilmar Rinaldi, procurador de Adriano, ainda não foi
acertado pelos interventores do
governo e pela Inter se Adriano já
será transferido até o final deste
mês ou só em junho, após o final
do campeonato. "Isso deve ser definido nos próximos dias."
O clube, que, além de Adriano,
tem o lateral-esquerdo brasileiro
Júnior, teve uma ascensão impressionante desde que passou a
ser controlado pela Parmalat e a
família Tanzi, em 1990. Antes pequeno e inexpressivo, associado à
multinacional o Parma ganhou,
entre outros títulos, duas Copas
da Uefa. Na década de 90, a Parmalat também fez parcerias com
times brasileiros, como Palmeiras
e Juventude.
Com agências internacionais
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