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Relatório faz "sumir" R$ 17 mi no Corinthians
Valor é diferença entre estimativa de perdas feitas pela gestão atual e a anterior
Oposição desconfia de caixa
dois, enquanto vice jurídico
classifica a acusação como
absurda e alega reavaliação
de risco de perda em litígios
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na semana que definirá o
presidente corintiano dos próximos três anos, uma diferença
de R$ 17 milhões em relatórios
que apontam reserva de verba
para pagamento de ações judiciais ainda em andamento acirra a disputa política entre situação e oposição no clube.
Em dois documentos enviados para a BDO Trevisan a fim
de informar a empresa que audita os balanços do clube, os valores para contingências jurídicas são discrepantes.
O primeiro, de 11 de dezembro de 2007, e assinado pelo advogado responsável pelo departamento jurídico corintiano na
gestão de Alberto Dualib, Sérgio Grassini, aponta um total de
R$ 94.511.150,00 em processos.
Já no segundo relatório, também enviado à BDO, de 14 de janeiro de 2008 e assinado pelo
atual vice jurídico, Sérgio Alvarenga, foram estimados que o
clube precisa reservar R$
77.435.831,23 para litígios que
tem mais chance de derrota.
Alvarenga diz que a diferença
de valores é uma questão de critério de avaliação.
"No relatório do Grassini, ele
considerou que o clube perderia todas as ações. Nós fizemos
uma reavaliação e calculou-se
que há muitos processos em
que há chance de vencer. E
acrescente-se que esta divergência de projeções foi alvo de
avaliação pela BDO Trevisan,
que aceitou normalmente a nova avaliação", diz Alvarenga.
Grassini contesta a versão da
diretoria. "Dos meus números
eu não abro mão desses valores.
Acho que meu relatório foi alterado. É preciso investigar."
A oposição diz que houve caixa dois. Alega que a diferença é
o mesmo valor deixado em caixa pela venda de Willian. E que
o dinheiro poderia ter sido usado pela atual gestão para, por
exemplo, o pagamento de comissões "por fora" a agentes.
"Isso é um absurdo. Como
pode ser caixa dois se é um dinheiro que não entrou nem
saiu? Isso não passa de uma
previsão de perdas judiciais",
afirma Alvarenga.
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