São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Na crise, Morumbi tira São Paulo do vermelho

Renda do estádio cresce e evita déficit em 2008

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a venda de direitos sobre atletas, o São Paulo acumulou superávits nos últimos anos. Mas a crise econômica mundial reduziu essa receita em 2008, o que deve se repetir na atual temporada. O clube recorreu ao Morumbi para tapar o buraco de suas contas.
Provável sede de jogos da Copa-2014, o estádio tem receitas crescentes recentemente. Só ontem o clube anunciou a parceria com quatro empresas para a exploração do anel inferior, além de acordo com hotéis.
As ações envolvem um espaço para eventos, um novo restaurante, promoções de lançamentos de carros, exploração de camarotes e patrocínios. A expectativa são-paulina é levantar R$ 20 milhões.
Só uma parte é dinheiro direto no caixa. O restante é de benfeitorias, ações sociais, parceria em rendas e patrocínios.
"O Morumbi é o que temos para crescer [financeiramente]. Será a plataforma de acordos", explicou o vice de marketing são-paulino, Julio Casares, admitindo dificuldade para vender direitos de atletas. No momento, já são cerca de cem empresas com parcerias no estádio, segundo o cartola.
O dirigente reconhece que não conseguiu reajuste no contrato do patrocínio na camisa, por conta da crise. Fechou em R$ 16 milhões com a LG. Ou seja, as ações no estádio serviram para compensar em parte isso.
Isso vem funcionando nos últimos anos, quando o estádio deixou de dar prejuízo e passou a ter superávit. Tanto que, em 2008, o clube garantiu suas contas no azul em parte por conta do Morumbi.
Próximo ao final do Brasileiro, a expectativa da própria diretoria era fechar com déficit de até R$ 12 milhões, apesar do hexacampeonato brasileiro.
Explica-se: o clube não conseguiu vender direitos sobre jogadores. As propostas por Hernanes foram abaixo da expectativa -houve ofertas de 10 milhões (R$ 29,3 milhões).
Sem isso, foram as bilheterias dos últimos jogos do Brasileiro no Morumbi e o aluguel do show da Madonna que ajudaram a fechar o buraco. Renda com transferências de ex-atletas, que o time leva percentual por ser clube formador, e premiações também ajudaram.
"Sabemos agora que o clube, na verdade, fechará com o superávit o ano. A auditoria ainda não acabou, por isso não temos os números consolidados. Mas vamos ter um pequeno superávit", afirmou o diretor financeiro do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu. Em 2007, o superávit ficou em R$ 3,8 milhões.
Para ter uma ideia do crescimento da receita do Morumbi, é só observar os números dos balanços de 2006 e 2007. De um ano para o outro, a renda do estádio saltou de R$ 10,4 milhões para R$ 14,2 milhões.
Esses valores não incluem as bilheterias dos jogos da equipe, que sofrem menos descontos de taxas do que a de outros clubes porque o estádio é próprio.
Também ontem o São Paulo anunciou dois pacotes de ingressos para os três primeiros jogos da Libertadores, que só poderão ser comprados no site da Visa. Nas arquibancadas especiais, custa R$ 50. Nas cadeiras especiais, será R$ 100. O pacote dá direito a ingressos para o jogo com o Corinthians.


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