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Na crise, Morumbi tira São Paulo do vermelho
Renda do estádio cresce e evita déficit em 2008
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a venda de direitos sobre atletas, o São Paulo acumulou superávits nos últimos
anos. Mas a crise econômica
mundial reduziu essa receita
em 2008, o que deve se repetir
na atual temporada. O clube recorreu ao Morumbi para tapar
o buraco de suas contas.
Provável sede de jogos da Copa-2014, o estádio tem receitas
crescentes recentemente. Só
ontem o clube anunciou a parceria com quatro empresas para a exploração do anel inferior,
além de acordo com hotéis.
As ações envolvem um espaço para eventos, um novo restaurante, promoções de lançamentos de carros, exploração
de camarotes e patrocínios. A
expectativa são-paulina é levantar R$ 20 milhões.
Só uma parte é dinheiro direto no caixa. O restante é de benfeitorias, ações sociais, parceria
em rendas e patrocínios.
"O Morumbi é o que temos
para crescer [financeiramente]. Será a plataforma de acordos", explicou o vice de marketing são-paulino, Julio Casares,
admitindo dificuldade para
vender direitos de atletas. No
momento, já são cerca de cem
empresas com parcerias no estádio, segundo o cartola.
O dirigente reconhece que
não conseguiu reajuste no contrato do patrocínio na camisa,
por conta da crise. Fechou em
R$ 16 milhões com a LG. Ou seja, as ações no estádio serviram
para compensar em parte isso.
Isso vem funcionando nos últimos anos, quando o estádio
deixou de dar prejuízo e passou
a ter superávit. Tanto que, em
2008, o clube garantiu suas
contas no azul em parte por
conta do Morumbi.
Próximo ao final do Brasileiro, a expectativa da própria diretoria era fechar com déficit
de até R$ 12 milhões, apesar do
hexacampeonato brasileiro.
Explica-se: o clube não conseguiu vender direitos sobre jogadores. As propostas por Hernanes foram abaixo da expectativa -houve ofertas de 10 milhões (R$ 29,3 milhões).
Sem isso, foram as bilheterias dos últimos jogos do Brasileiro no Morumbi e o aluguel
do show da Madonna que ajudaram a fechar o buraco. Renda
com transferências de ex-atletas, que o time leva percentual
por ser clube formador, e premiações também ajudaram.
"Sabemos agora que o clube,
na verdade, fechará com o superávit o ano. A auditoria ainda
não acabou, por isso não temos
os números consolidados. Mas
vamos ter um pequeno superávit", afirmou o diretor financeiro do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu. Em 2007, o superávit ficou em R$ 3,8 milhões.
Para ter uma ideia do crescimento da receita do Morumbi,
é só observar os números dos
balanços de 2006 e 2007. De
um ano para o outro, a renda
do estádio saltou de R$ 10,4
milhões para R$ 14,2 milhões.
Esses valores não incluem as
bilheterias dos jogos da equipe,
que sofrem menos descontos
de taxas do que a de outros clubes porque o estádio é próprio.
Também ontem o São Paulo
anunciou dois pacotes de ingressos para os três primeiros
jogos da Libertadores, que só
poderão ser comprados no site
da Visa. Nas arquibancadas especiais, custa R$ 50. Nas cadeiras especiais, será R$ 100. O pacote dá direito a ingressos para
o jogo com o Corinthians.
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