São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Treinar no deserto vira investimento para F-1

Equipes fogem da Europa e vão testar no Bahrein

DA REPORTAGEM LOCAL

Escaldadas pelo excesso de chuva e a falta de tempo na pista que caracterizaram os treinos coletivos da F-1 em Portugal no começo do mês passado, Ferrari, BMW e Toyota decidiram colocar a mão no bolso.
E, enquanto as demais equipes -à exceção da Force India- usarão a pista de Jerez de la Frontera, a partir de hoje para quatro dias de testes, o trio terá oito dias no circuito da desértica Sakhir, no Bahrein.
Segundo a Ferrari, a certeza de sol todos os dias foi fator determinante na escolha do local.
"Para nós, é um investimento", declarou Pascal Vasselon, diretor técnico da Toyota.
"Estaríamos dispostos a abrir mão de uma das duas sessões de treinos na Europa para passar ainda mais tempo no Bahrein, já que é o melhor que podemos fazer para nos prepararmos para a temporada."
Em 2008, apesar de não terem sofrido com o mau tempo nas sessões em solo europeu, tanto a Ferrari como a Toyota já haviam ido para o Bahrein para testar por seis dias.
Neste ano, com a proibição dos treinos durante a temporada -medida que visa diminuir os gastos das equipes-, o tempo gasto em testes antes da abertura do Mundial é agora ainda mais importante para o desenvolvimento dos times.
Já a BMW, que inicialmente iria participar das sessões no sul da Espanha, mudou de ideia por causa das baixas temperaturas do continente europeu.
Mas, para algumas das equipes que já começam a sentir os primeiros efeitos da crise econômica, o "investimento" de ir ao Bahrein não foi viável.
"Não fomos para lá porque o custo era muito alto comparado ao que gastaremos na Europa", afirmou Sam Michael, diretor técnico da Williams.
Estima-se que as equipes estejam gastando aproximadamente 300 mil libras (o equivalente a R$ 1 milhão) a mais para ir ao Bahrein do que se tivessem viajado para Jerez.
"Geralmente a temperatura na Espanha não é tão ruim durante os meses de fevereiro e março. Janeiro é normalmente é o pior. Isso na verdade não afeta o desenvolvimento do carro, apenas o progresso de nossos acertos", completou o dirigente da Williams, que preferiu fazer o jogo do contente.
"Se todos os testes fossem como o que tivemos em Portugal, estaria suficiente, pois pudemos ver os pneus, ter as impressões dos pilotos. Adquirimos bastante informação", disse Michael, sobre os 951 km que a Williams acumulou durante os quatro dias que esteve no circuito do Algarve em janeiro.
Para servir de comparação, no ano passado, também após a primeira sessão de testes (de quatro dias), a Williams havia rodado 1.594 km, ou 68% a mais do que em 2009.


Com agências internacionais

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