São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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JUCA KFOURI

Está ficando chato


A seleção brasileira perdeu de novo para a França e outra vez está sob sérias dúvidas éticas


RENATO AUGUSTO foi titular da seleção brasileira ontem no amistoso contra a França por ter o mesmo empresário de Mano Menezes?
Francamente, não sei.
O fato de Renato Augusto ter o mesmo empresário do técnico deveria ser motivo para alijá-lo da seleção brasileira?
Definitivamente, não.
Nem ele nem André Santos nem Lucas, também titulares e também de Carlos Leite.
Mas o que não cabe nem perguntar é se Mano Menezes deveria ter empresário, porque a resposta só pode ser uma.
Obviamente, não deveria.
Como não deveria fazer anúncio de cerveja.
A ele não cabe apenas ser honesto, cabe parecer honesto, até para proteger os que convoca.
E Renato Augusto, do Bayer Leverkusen, não jogou bulhufas contra os franceses.
Diferentemente, diga-se, de André Santos e de Lucas, embora, cá entre nós, se nenhum dos três estivesse sequer convocado não haveria ninguém reclamando pela falta deles.
Como, por exemplo, e que ironia!, reclamava-se da ausência de Hernanes, que deu uma de Felipe Melo, foi bem expulso e estragou tudo. Como Douglas estragou no fim do amistoso contra a Argentina, não por violência, mas por displicência.
É claro que, no mundo da CBF, cujo presidente é pego fazendo contratos em que ficaria com quase todo o eventual lucro da Copa do Mundo, parece até ingênuo querer que o técnico de seu time seja exemplar.
Como foi exemplar o comportamento francês no segundo tempo, ao se aproveitar da vantagem de um jogador e tratar de levar a escrita de invencibilidade diante dos brasileiros por, pelo menos, 20 anos. Não fosse Júlio César, e seria goleada.
Benzema fez 1 a 0 nem bem o segundo tempo começou e, aí, lamento divergir do mestre Tostão pela segunda vez em três meses, ou melhor, em 60 anos, numa vida inteira.
Discordamos sobre o pênalti do Cruzeiro em Ronaldo no Brasileirão passado e discordamos sobre Robinho, que não só não rendeu na frente, incapaz de dar um passe decisivo com precisão, como atrás, ao lado de André Santos, apenas viu Menez ir à linha de fundo para dar o passe do gol tricolor.
Perder para a Argentina e para a França, em amistosos, não é grave.
Mas é chato.
Cada vez mais chato.

blogdojuca@uol.com.br


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