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Leão sai, e Grêmio tenta Antônio Lopes
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O técnico Emerson Leão anunciou, no início da noite de ontem,
que havia sido demitido pelo Grêmio. Minutos depois, o vice-presidente de futebol do clube, Antônio Vicente Martins, confirmou.
"Foi uma separação amigável",
afirmou o dirigente.
Ontem mesmo, o presidente do
time gaúcho, José Alberto Guerreiro, que estava no Rio de Janeiro, tentava a contratação de Antônio Lopes, ex-técnico do Vasco.
A situação de Leão ficou insustentável a partir dos maus resultados obtidos nos seus primeiros
meses como treinador do clube.
De nove jogos disputados, houve apenas uma vitória, de 3 a 0, sobre o Atlético-MG.
A cobrança se intensificou após
duas derrotas sofridas pelo Grêmio para o Fluminense, em partidas amistosas.
Leão passou a ter seu trabalho
contestado por alguns integrantes
da diretoria gremista.
Anteontem, declarações do treinador a respeito dos maus resultados, procurando dividir a responsabilidade com os jogadores,
pioraram sua situação.
"Eu não bato pênalti, não defendo pênalti, não cobro tiro de meta. Eu sou orientador", afirmou o
treinador, deixando descontentes
os jogadores da equipe.
Mesmo tentando disfarçar, alguns deixavam transparecer o
descontentamento com as declarações de Leão. "Eu bato pênaltis,
mas nem sempre tudo dá certo",
disse Ronaldinho. "Isso é normal,
sempre sobra para os jogadores.
Vamos resolver o assunto internamente", afirmou Paulo Nunes.
"Foi uma decisão de consenso.
Eu acho que tentamos fazer tudo
que beneficiasse o Grêmio, mas
os resultados são frios, calculistas,
e, na realidade, não deu certo. Fica
para uma próxima vez. Quando
você sente que as coisas não caminham bem, você tem de ser coerente com a realidade", disse
Leão.
Os maus resultados da equipe
aumentaram a gravidade da situação depois que o Grêmio fez
contratações de vulto, como Paulo Nunes, Zinho, Astrada, Gabriel
Amato, Marinho, Nenê e Anderson. Com uma equipe tida como
de alta qualidade, o clube exigia
resultados dentro de campo.
Até ontem, o discurso dos dirigentes era de que uma equipe
completamente nova (do time
anterior, permanecem apenas
Danrlei, Ronaldinho e Roger) necessitava de entrosamento. Sabia-se, porém, que esse era o discurso
para o público.
O que se esperava é que, em dois
meses de trabalho, os resultados
da nova equipe aparecessem. Nos
últimos dias, dois fatos foram determinantes para o desgaste do
treinador: o empate e a má atuação contra o Lleida (time da segunda divisão espanhola), em
uma curta excursão à Espanha, e a
demissão, no Vasco, de Antônio
Lopes. No início do ano, o técnico
estava praticamente acertado
com o clube.
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