São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004

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FUTEBOL

Time, que tenta devolver derrota contra a LDU, projeta embolsar R$ 1 mi com jogo da Libertadores, hoje, no Morumbi

Em revanche, São Paulo comemora lucro

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua segunda partida em casa na Taça Libertadores, o São Paulo, que, tentará se vingar hoje da equatoriana LDU (Liga Deportiva Universitaria), no Morumbi, às 21h45, vai ultrapassar em receita o que já acumulou em oito partidas de Campeonato Paulista.
O clube do Morumbi, que defende série de 14 vitórias seguidas em seu estádio pelo interclubes continental, deve lucrar mais R$ 1 milhão no confronto de hoje. Somado com o outro milhão arrecadado em sua estréia, que reuniu mais de 55 mil pessoas, contra o Cobreloa, o time vai superar em cerca de R$ 500 mil o que ganhará no Paulista na primeira fase.
A prioridade são-paulina pelo torneio sul-americano pode ser considerada até maior pelo aspecto financeiro do que pelo prestígio internacional da competição.
Enquanto em apenas dois jogos da Taça Libertadores o São Paulo embolsará R$ 2 milhões, no Estadual, já somada a cota de R$ 1 milhão, além das quatro partidas do clube em casa, os ganhos chegam, no máximo, a R$ 1,3 milhão.
"Sem dúvida, a Libertadores e a Copa Sul-Americana são os torneios mais rentáveis para os clubes", diz o diretor de Planejamento são-paulino, João Paulo Jesus Lopes, que cita a grande procura dos torcedores para os jogos da competição como carta fundamental para negociar acordos publicitários no Morumbi.
Hoje, a diretoria espera reunir quase 75 mil torcedores no estádio. Até ontem, 41 mil ingressos haviam sido comercializados.
Só com a bilheteria da partida, cujo ingresso mais barato custa R$ 10 (para as arquibancadas, que estão esgotadas), o clube espera lucrar mais de R$ 600 mil.
Mas a Libertadores não enche os bolsos do São Paulo só com a venda de ingressos. Em cada jogo em casa na primeira fase, os são-paulinos recebem US$ 105 mil (cerca de R$ 300 mil) da Conmebol. Além disso, o clube ainda lucra com aluguel de camarotes e contratos publicitários. "Os estádios cheios nos dão maior poder de barganha para negociar contratos com a TV e placas publicitárias", explica Lopes.
Segundo ele, o São Paulo fez acordo com a Toyota, patrocinadora oficial da Libertadores, e receberá dois carros avaliados em R$ 50 mil em cada partida no Morumbi pela primeira fase. Em troca, a empresa expõe os veículos no gramado antes dos jogos.
Outra vantagem do torneio sul-americano em relação ao Estadual é a possibilidade de o clube poder explorar as placas estáticas de publicidade. No Paulista, esse direito pertence a FPF.
Assim, o São Paulo comercializou as placas do Morumbi para seus jogos no torneio continental por US$ 30 mil (quase R$ 90 mil).
A projeção são-paulina, caso chegue até a decisão da Taça Libertadores, é faturar US$ 4 milhões (R$ 12 milhões), três vezes mais do que receberá se conseguir ir à final do Campeonato Paulista.
Os R$ 2 milhões obtidos com os dois jogos em casa pela Libertadores cobrem o custo mensal de todo o departamento de futebol.
Esse valor é o que o Corinthians, que este ano não disputa a Libertadores, tomou emprestado da Federação Paulista de Futebol para pagar os salários do mês de fevereiro aos seus jogadores.
"O futebol deixou de ser rentável, mas a Libertadores acaba sendo uma exceção a isso", completa Jesus Lopes.


NA TV - São Paulo x LDU, Globo e Fox, às 21h45


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