São Paulo, terça-feira, 10 de março de 2009

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Em campo, Ronaldo, enfim, gera dinheiro

Primeiro gol do atacante infla interesse em patrocínio e bilhetes do Corinthians

Empresário do jogador diz ter recebido sondagens; clube tenta fechar contrato fixo e vê procura inédita no ano por ingressos na capital

Daniel Augusto Jr/Foto Arena/Folha Imagem
Ronaldo treina menos de 24 horas depois de marcar contra o Palmeiras


RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Não precisa nem entrar em campo. Era o que o presidente do Corinthians, Andres Sanches, dizia sobre Ronaldo, ao exaltar as qualidades do jogador como atração de dinheiro.
Só que, de fato, a máquina de gerar dinheiro do atacante só começou a girar com ele no gramado. Engrenou de vez quando ele fez seu primeiro gol, diante do Palmeiras, empatando o clássico no último minuto.
Até a semana passada, antes da estreia diante do Itumbiara, a diretoria do Corinthians negociava, mas não tinha fechado contratos de patrocínios fixos para camisa e calções -perdeu dois meses de pagamento.
Fez acordos pontuais por jogo -o clássico rendeu pouco mais de R$ 500 mil. A venda de ingressos de jogos corintianos na capital tinha até caído, com a majoração dos preços. Houve efeito positivo na comercialização de camisas: subiu 30%. A Nike tem dificuldade para repor estoques esgotados.
Após o gol, e a ressurreição esportiva do craque, o interesse mudou de patamar. Patrocinadores, como Visa, Panasonic e Lupo, reconheceram ter retorno até de mídia internacional. Isso repercutiu no mercado.
Ainda ontem, apareceram novos interessados nas mangas e no calção do Corinthians. Depois de várias idas e vindas, a diretoria do clube ainda projeta fechar seu patrocínio principal da camisa, que já estava em andamento, em breve.
"Já estávamos com processos de patrocínio. Nossa estratégia continua. Estamos negociando a melhor proposta. Mas é lógico que isso [a presença de Ronaldo] influencia", disse o diretor de marketing do Corinthians, Caio Campos.
O clube não negociará mais contratos pontuais na camisa e calções. A ideia é fechar por R$ 20 milhões, valor previsto no orçamento, com uma empresa fixa -o Carrefour é candidato.
Depois do gol de anteontem, o empresário de Ronaldo, Fabiano Farah, afirmou ter recebido duas consultas de uma grande empresa e de uma agência publicitária, interessadas em espaços no uniforme corintiano. Ele participa das transações envolvendo calção e manga da camisa, as quais o jogador tem direito a 80% do total.
"Cada vez mais os grandes compradores de espaço publicitários, após o jogo, pensam no momento de crise onde definir uma nova prioridade e dar o tiro certo", afirmou o Farah.
Segundo ele, com o gol, atingiu-se exposição na mídia internacional, o que muda o patamar da empresa-alvo.
""Não deu nem tempo de o Corinthians fazer essa conta. Deu muita mídia, especialmente internacional", contou gerente-geral de marketing da Panasonic, Marcelo Miake, que estampou as mangas corintianas no clássico. "A ação foi um fenômeno", reforçou o diretor de marketing da Visa, Luis Cássio Oliveira, que patrocinou o peito da camisa corintiana.
O interesse nos ingressos também subiu. Já foram vendidos 19 mil bilhetes para a partida contra o São Caetano, amanhã, no Pacaembu, quando Ronaldo deve estrear na capital. Haverá 36 mil bilhetes à venda.


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