São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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FUTEBOL

Jogadores comemoram sucesso do "jogo feio" e alardeiam que a estratégia segue na Copa do Brasil e no Brasileiro

Com a taça, santistas provocam críticos

DOS ENVIADOS A SANTOS

A vibração dos jogadores santistas no gramado da Vila Belmiro tinha alívio, tinha alegria, tinha o reconhecimento de que aquele era um feito histórico para o clube. Mas tinha, também, uma dose carregada de desabafo, o reconhecimento de que a equipe nunca deu espetáculo e a promessa de que o cenário vai continuar igual.
O time comandando por Vanderlei Luxemburgo terminou o Estadual com o sexto melhor ataque, atrás dos outros grandes e de Noroeste e Rio Branco -média de 1,74 gol por jogo, contra 2,42 do mais ofensivo, o São Paulo.
Em dribles, foi apenas o 11º colocado, segundo o Datafolha: média de 15,7. Em compensação, abusou da jogada mais fácil para chegar ao gol, o chuveirinho. Foi o campeão nessa estatística, com 29,7 bolas alçadas à área por jogo.
Um futebol pouco vistoso, bem diferente daquele de 2002, quando o Santos acabou com o jejum no Campeonato Brasileiro. Mas nada que envergonhe os integrantes da equipe. Ao contrário.
"Disseram que nosso time jogava mal, mas a resposta foi dada. Vamos continuar atuando dessa forma na Copa do Brasil e no Brasileiro, porque provamos que dá certo", afirmou Fábio Costa, titular também em 2002.
"O grupo não se conhecia e conquistou o primeiro título que disputou. Um elenco assim não pode ser considerado ruim. Ficamos chateados com algumas coisas que nos disseram, mas isso fez a gente crescer", disse Maldonado, que ontem deixou o campo no segundo tempo, lesionado.
Segundo o volante, porém, o próprio grupo só começou a pensar no título como uma missão alcançável a partir da vitória sobre o Juventus, por 2 a 1, no Pacaembu, no final de março. "Após aquela vitória de virada, sentimos que podíamos ser campeões", disse.
Autor do primeiro gol de ontem, Cléber Santana também citou os detratores. "Trabalhamos muito forte, de maneira discreta. Só poderia terminar assim. Quem nos criticou e desdenhou só pode lamentar nosso título", disse.
Reinaldo preferiu citar um ausente, Pelé. O maior ídolo da história do clube não esteve ontem na Vila, estava em Nova York. "Ganhar um título aqui, onde atuou o maior de todos, é especial. O Luxemburgo uniu 16 jogadores que nunca tinham jogado juntos para formar um time campeão", destacou o atacante.
Com a disputa da Copa do Brasil em curso e a iminência do início do Brasileiro, o Santos não terá descanso. Volta a treinar às 16h. (FÁBIO SEIXAS E TALES TORRAGA)


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