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FUTEBOL
Jogadores comemoram sucesso do "jogo feio" e alardeiam que a estratégia segue na Copa do Brasil e no Brasileiro
Com a taça, santistas provocam críticos
DOS ENVIADOS A SANTOS
A vibração dos jogadores santistas no gramado da Vila Belmiro
tinha alívio, tinha alegria, tinha o
reconhecimento de que aquele
era um feito histórico para o clube. Mas tinha, também, uma dose
carregada de desabafo, o reconhecimento de que a equipe nunca
deu espetáculo e a promessa de
que o cenário vai continuar igual.
O time comandando por Vanderlei Luxemburgo terminou o
Estadual com o sexto melhor ataque, atrás dos outros grandes e de
Noroeste e Rio Branco -média
de 1,74 gol por jogo, contra 2,42
do mais ofensivo, o São Paulo.
Em dribles, foi apenas o 11º colocado, segundo o Datafolha: média de 15,7. Em compensação,
abusou da jogada mais fácil para
chegar ao gol, o chuveirinho. Foi o
campeão nessa estatística, com
29,7 bolas alçadas à área por jogo.
Um futebol pouco vistoso, bem
diferente daquele de 2002, quando o Santos acabou com o jejum
no Campeonato Brasileiro. Mas
nada que envergonhe os integrantes da equipe. Ao contrário.
"Disseram que nosso time jogava mal, mas a resposta foi dada.
Vamos continuar atuando dessa
forma na Copa do Brasil e no Brasileiro, porque provamos que dá
certo", afirmou Fábio Costa, titular também em 2002.
"O grupo não se conhecia e conquistou o primeiro título que disputou. Um elenco assim não pode
ser considerado ruim. Ficamos
chateados com algumas coisas
que nos disseram, mas isso fez a
gente crescer", disse Maldonado,
que ontem deixou o campo no segundo tempo, lesionado.
Segundo o volante, porém, o
próprio grupo só começou a pensar no título como uma missão alcançável a partir da vitória sobre o
Juventus, por 2 a 1, no Pacaembu,
no final de março. "Após aquela
vitória de virada, sentimos que
podíamos ser campeões", disse.
Autor do primeiro gol de ontem, Cléber Santana também citou os detratores. "Trabalhamos
muito forte, de maneira discreta.
Só poderia terminar assim. Quem
nos criticou e desdenhou só pode
lamentar nosso título", disse.
Reinaldo preferiu citar um ausente, Pelé. O maior ídolo da história do clube não esteve ontem
na Vila, estava em Nova York.
"Ganhar um título aqui, onde
atuou o maior de todos, é especial.
O Luxemburgo uniu 16 jogadores
que nunca tinham jogado juntos
para formar um time campeão",
destacou o atacante.
Com a disputa da Copa do Brasil em curso e a iminência do início do Brasileiro, o Santos não terá descanso. Volta a treinar às
16h.
(FÁBIO SEIXAS E TALES TORRAGA)
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