São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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CARNAVAL E CONFUSÃO

Praça grita para celebrar e enfrentar PM

Palco de comemorações de torcedores desde a manhã enfrenta tumulto na festa após o jogo

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Torcedores foram detidos e ao menos sete policiais ficaram feridos em confusão ocorrida por volta das 21h de ontem na praça da Independência, tradicional ponto de comemorações de Santos, onde cerca de 4.000 santistas festejavam o título paulista.
As celebrações pela cidade começaram pela manhã, com bandeiras e camisas penduradas nas janelas de casas e prédios. O clima na praça era de euforia, mas permaneceu sem incidentes graves até perto das 20h. Para chegarem até o ponto de encontro, os torcedores precisavam passar por um cinturão de policiais, que impedia a entrada de bandeiras com mastro, garrafas de vidro e instrumentos musicais. Ambulantes eram barrados.
De acordo com o coronel Cláudio Marques Trovão, o problema começou quando um grupo de aproximadamente 40 integrantes da Torcida Jovem que tentava entrar na praça se revoltou com a medida, arremessando pedras, pedaços de ferro e latas de lixo e de bebida nos policiais militares.
"Em função disso, houve necessidade de uma reação da polícia", afirmou. A Força Tática lançou bombas de efeito moral e disparou balas de borracha. Houve correria e algumas pessoas se esconderam do tumulto.
"Essas técnicas não-letais fazem com que a multidão se disperse e não continue praticando atos de violência contra a polícia", disse Trovão. Alguns policiais foram atingidos por pedradas na cabeça e precisaram ser levados a um hospital da região.
Na semana passada, o comando da PM detalhou o plano de segurança e recomendou ao Santos que os jogadores não comemorassem na praça, para evitar confusões como a ocorrida após o Brasileiro de 2004, quando uma pessoa morreu.
Ontem, carros de som e trios elétricos foram proibidos. Os jogadores, assim como diretoria e comissão técnica, comemoraram o título em uma churrascaria na Ponta da Praia.
Ontem, cerca de 400 policiais trabalham no estádio e na praça.


Colaborou Maurício Eirós, da Agência Folha, em Santos


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