São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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MOTOR

Veloz e furioso


Hamilton é o showman do começo da temporada da F-1, um comportamento que, normalmente, dá em nada


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

É UM PILOTO que ainda não venceu no ano. Que ainda não largou na primeira fila. Que ainda não liderou uma volta. Que passou mais tempo em quinto lugar do que em qualquer outra posição. Que é apenas sexto no Mundial, atrás até do companheiro recém-chegado.
E que, nas corridas, claramente agoniado para virar esse estranho jogo na marra, vem abusando. Algumas vezes funciona. Tantas outras dá errado. E fica ainda pior para ele.
O ovo ou a galinha?
Hamilton surtou e começou a pilotar feito uma vaca louca? Ou passou a pilotar assim e daí surtou? A primeira hipótese teria como pano de fundo o rompimento com o pai-empresário ao mesmo tempo em que chegou à equipe um campeão do mundo de riso fácil, mais relaxado e, pior dos mundos, inglês. A segunda, as circunstâncias que encontrou nos três GPs até agora.
Na pré-temporada, muita gente pintava a McLaren como favorita. Assim que a F-1 pisou na Austrália, porém, o cenário foi bem diferente: em termos de equipamento, o time inglês é hoje apenas a terceira força.
Qualquer que seja a razão, há um elemento em comum: um obstáculo na frente do inglês. E ele não não sabe lidar nada bem com problemas. Em 2007, a chegada de Hamilton à F-1 foi celebrada como a última etapa de um processo de formação inédito, a de um "piloto de laboratório". Desentendeu-se com Alonso e, pressionado, pôs o título a perder.
Em 2008, com um ótimo carro e sem a sombra do bicampeão, ganhou. Em 2009, não teve o que fazer a não ser aplaudir os Brawn na primeira metade do campeonato.
Em 2010... É o showman do ano.
Assume riscos, vai ao limite. É o piloto que mais ultrapassou até agora, 12 vezes, sem contar as largadas.
Mas os resultados são pífios. Ou, ao menos, aquém do que imaginava.
Vai dar em algo?
Para o público, o "win or wall" é ótimo. Por ficar na expectativa da próxima manobra selvagem. Por mostrar que ultrapassagens são, sim, possíveis. Para o piloto... Há uma plêiade de personagens com histórias chorosas para contar.

DUAS RODAS
A MotoGP começa a temporada amanhã, às 17h, com Sportv 2, no lindo cenário de Losail, no Qatar. Com Pedrosa insatisfeito com o rendimento da Honda, Stoner motivado para conseguir a quarta vitória no circuito, Lorenzo querendo mostrar que é do primeiro time. E com Rossi sorrindo, mas ciente da fome dos outros. De novo, tem tudo para ser um ótimo campeonato.

CAÇAMBA
Nelsinho corre neste fim de semana em Curitiba na Copa Montana, os carros da Stock Light agora com bolha de picape. A ideia é acumular experiência. A RedeTV! mostra a corrida ao vivo, amanhã, às 13h.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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