|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍTICA
Ex-atleta lembra trabalho feito em centro olímpico e pede tempo para se adaptar a cargo no Ministério do Esporte
Paula toma posse e cita basquete como escudo para críticas
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não nasci sabendo jogar basquete e aprendi." Com essa declaração, a ex-jogadora Paula, 41, assumiu ontem a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do governo Lula.
Sem experiência na esfera federal, ela diz que espera aprender à
frente do cargo vestindo a camisa
do Ministério do Esporte.
A ex-jogadora reconhece, por
meio de experiências anteriores,
que os primeiros momentos
diante de um novo projeto, como
o que terá agora no ministério,
podem ser difíceis.
Justamente por isso, pede algum tempo para a adaptação.
"Quando assumi o Centro
Olímpico [de São Paulo, em
2001], três ou quatro meses depois de fazê-lo, um membro das
câmaras setoriais do PT enviou
carta para a [secretária de Esporte
de São Paulo] Nádia Campeão dizendo que eu não estava à altura
do cargo que ocupava."
"Só que deixei o posto voluntariamente, o que mostra que, no
fim, ficaram satisfeitos com o trabalho", afirmou Paula, substituída em São Paulo por Ana Moser.
No início da semana, Paula, que
ontem cuidava de sua mudança
para Brasília, reconheceu que os
quadros de sua secretaria não estavam preenchidos e que ainda
teria de travar contato com sua
equipe de trabalho.
Ela também teria de indicar um
dirigente para a pasta dos esportes paraolímpicos. Resolveu consultar Lars Grael, ex-secretário
nacional de Esporte do governo
FHC, antes de fazê-lo.
No ministério, uma de suas
idéias é criar canais de comunicação entre os atletas de alto rendimento e a iniciativa privada. Ela
acha que os esportistas não podem ficar dependentes apenas de
verbas governamentais.
Num de seus primeiros depoimentos, criticou a forma como
são utilizados os recursos da Lei
Piva. Acha que eles deveriam ser
mais usados para o desenvolvimento de atletas e não só para pagar viagens e estadia.
No ano passado, o Comitê
Olímpico Brasileiro recebeu R$
43,2 milhões das loterias. Repassou R$ 19,1 milhões às confederações, usou R$ 11 milhões para se
manter e realizar eventos esportivos, entre outros, pôs R$ 2,5 milhões num fundo de reservas e investiu R$ 10,6 milhões nos Jogos
Sul-Americanos, no Brasil.
Além de Paula, também assumiram o secretário nacional de
Desenvolvimento do Esporte e
Lazer, Lino Castellani, e o de Esporte Educacional, Orlando Silva.
As três secretarias foram criadas
como resultado do desmembramento da antiga Secretaria Nacional de Esporte.(EDUARDO OHATA E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
Texto Anterior: Basquete: Brasileiro avança para decidir a Euroliga Próximo Texto: Brunoro recebe convite para atuar no Esporte Índice
|