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Brasil "disseca" nadadores na internet
Software criado por confederação usa câmeras para registrar e analisar desempenho de atletas durante as competições
Com dados publicados
na rede, ferramenta deve auxiliar na preparação da seleção brasileira que irá ao Mundial de Roma, em julho
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Os nadadores brasileiros poderão em breve colecionar dados de cada detalhe de suas
provas e espiar os pontos fortes
e fracos dos adversários.
Cada um deles terá os rendimentos de seus fundamentos
dissecados durante competições, poderá se comparar aos
rivais e ver o que precisa melhorar para derrotá-los.
A ferramenta, um banco de
dados virtual, foi desenvolvida
pelo biomecânico da seleção,
Paulo César Marinho, e estará
no site da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
Esse tipo de trabalho não é
novidade no mundo e já faz
parte do treinamento de grandes potências. Mas, pela primeira vez, começa a ser desenvolvida para os técnicos do país.
As informações podem ajudar os treinos a ficar mais específicos e serão usadas na preparação para o Mundial de Roma,
em julho. A equipe será formada hoje, após o último dia de
provas do Troféu Maria Lenk.
A ideia do projeto é tentar filmar os atletas durante as disputas das três principais competições do país -Maria Lenk,
José Finkel e Open. No Maria
Lenk, estão sendo usadas quatro câmeras, e cada uma registra uma parte da piscina.
Com base nas imagens, trabalhadas por um software, é
possível avaliar itens como a
velocidade dos atletas na saída,
a cada metro, nas viradas e na
chegada. Também serão analisados os movimentos, ritmo
das braçadas etc.
Essas informações serão organizadas em forma de ranking. Assim, poderá ser possível
saber quem são os mais eficientes em cada fundamento.
"O atleta poderá ir para a piscina sabendo exatamente o que
precisa melhorar. Ele também
saberá o que lhe dá vantagem
ou desvantagem contra determinados rivais", diz Marinho.
Durante esta edição do Maria
Lenk, já foram coletados alguns
dados interessantes.
Na final dos 200 m peito, por
exemplo, Henrique Barbosa
bateu o recorde sul-americano,
com 2min08s44, mas perdeu
muito mais tempo nas viradas
do que Tales Cerdeira, o segundo colocado. Também foi mais
lento na largada da prova.
Os segundos "perdidos" poderiam ser recuperados com
ajustes no treinamento do nadador, usando como parâmetro
o rendimento do rival.
Os trabalhos na seleção tendem também a ficar mais específicos. "Se a gente detecta que
um nadador tem problema na
saída, por exemplo, vamos trabalhar o salto dele, ver que detalhes podemos ajustar para
que ele fique mais eficiente."
Cerdeira, por exemplo, deslizou mais na água do que Barbosa e manteve um ritmo menos
intenso de braçadas.
O atleta conseguiu economizar energia, porém isso não foi
eficiente nessa prova. Os dados
podem ajudá-lo a mudar a estratégia e, da próxima vez, ter
mais chance de vencer.
NA TV - Troféu Maria Lenk
Sportv, ao vivo, às 10h
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