São Paulo, sábado, 10 de junho de 2006

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JUCA KFOURI

Aleluia! Teve jogo

Ronaldinho volta a brilhar em treino e jogo de abertura vê recorde de gols

A SEXTA-FEIRA amanheceu radiante e promissora.
E não decepcionou.
A começar pelo bom treino da seleção brasileira, um coletivo, em campo inteiro(!), no qual o goleiro Dida não teve o menor trabalho, e Ronaldinho Gaúcho resolveu dar o ar de sua graça. De seus milimétricos pés saíram três lançamentos para Adriano, Kaká e Cafu, que cada vez voa mais baixo, fazerem os gols dos titulares.
Que jogaram com dez, porque Ronaldo estava em campo somente com o corpo -talvez preocupado com a repercussão da resposta surpreendente, e merecida, que deu à gafe cometida pelo presidente da República.
E a continuar com o jogo inaugural da 18ª Copa do Mundo. Que, de cara, quebrou um recorde e chutou para longe a escrita de ser uma partida de poucos gols. Jamais houve seis gols (4 a 2) no primeiro confronto desde que existe uma partida oficial de abertura da Copa, o que começou em 1966.
Não que o jogo fosse uma maravilha, mas tinha gols e era um jogo. O primeiro da Copa do Mundo, a estréia dos anfitriões que, diga-se, pelo menos na região de Frankfurt, não pararam para vê-lo.
Os alemães jogaram a última partida da Copa de 2002 e a que abriu a de 2006. E permanecem com a mesma dificuldade histórica, desde a Segunda Guerra Mundial, na hora de mostrar o fervor nacionalista que o futebol costuma despertar. Os tedescos parecem temer o que possa vir à tona em caso de maior extravasamento.
Mas, quem sabe, talvez tenha chegado a hora de enterrar definitivamente o passado, coisa que uma série de vitórias nos gramados pode resolver.
Para tanto, é verdade, terão que jogar mais do que mostraram diante da intimidada Costa Rica.
Agora, resta aos alemães desafiar outra tradição: apenas uma vez uma seleção que tenha participado da partida inaugural acabou campeã. Foi a inglesa, 40 anos atrás. E para tanto terão de melhorar muito, principalmente em sua defesa -que gosta de uma linha burra. Somente a volta de Ballack será pouco.


@ - blogdojuca@uol.com.br

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