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Argentina aspira Brasil e o evita
Pekerman dá tarja de capitão a Sorín, ídolo do Cruzeiro, escala Mascherano e deixa Tevez no banco
Com recorde de atletas em
atividade no país, vizinhos
pegam a Costa do Marfim e
testam a sua preparação,
avessa à do atual campeão
LUÍS FERRARI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Tradicional candidata ao título, a Argentina nunca foi tão
brasileira em uma Copa. É o segundo Mundial consecutivo
em que a seleção do país vizinho tem como titular um atleta
de um clube brasileiro (Mascherano). De quebra, tem, na
reserva, Carlitos Tevez, melhor
jogador do último Nacional.
Contudo a proximidade com
o Brasil acaba na convocação
do time de José Pekerman. Na
Alemanha, a equipe vice-campeã da Copa América e da Copa
das Confederações, que desafia
hoje, em Hamburgo, a Costa do
Marfim, vice-campeã africana,
vive uma situação bem distinta
da dos pentacampeões.
Os bicampeões do mundo,
que não fazem uma final desde
1990, querem apagar o vexame
de 2002, quando foram eliminados na primeira fase.
Reflexo disso é o número de
veteranos do último torneio em
seu elenco atual. São apenas
cinco. Após o corte de Edmílson, o Brasil ficou com dez.
Um dos sobreviventes é o capitão do time, o lateral-esquerdo Sorín, que foi à Copa de
2002 pelo Cruzeiro, cuja torcida até o homenageou com uma
bandeira quando Brasil e Argentina jogaram em Belo Horizonte pelas eliminatórias.
"Vamos deixar a alma em
campo se for preciso", afirmou
o jogador, quando questionado
sobre o que seria necessário para que a decepção da Copa do
Mundo passada não se repita.
Enquanto os atletas brasileiros, com aura de popstars, deleitaram torcedores com treinos abertos ao público e com o
time da estréia já definido desde a convocação, tudo foi diferente na Argentina.
O time titular só foi confirmado pelo técnico José Pekerman ontem, véspera do jogo.
"Traçamos um plano estratégica para jogar o torneio. O primeiro jogo é muito importante
e todo o plantel está em condições muito boas para os compromissos futuros", afirmou
ele, ao ser indagado sobre a opção de deixar o atacante Lionel
Messi, 18, no banco hoje.
No gol, Abbondanzieri vai
entrar em campo acompanhado da desconfiança dos torcedores, que não entram em consenso sobre o titular da posição
em Copas desde 1978, quando
tinham Fillol -o atual preparador de goleiros da equipe.
Se, na concentração brasileira, os jogadores tiveram direito
a entrevistas coletivas para a
imprensa internacional e até a
videoconferência com o presidente Lula, anteontem, dia de
seu aniversário, o volante Mascherano teve que dar uma coletiva sem microfone e quase foi
derrubado pelos jornalistas.
A estratégia de amistosos
preparatórios também foi diferente nos dois países, não na
opção por realizar poucas partidas, mas na escolha dos rivais.
Desde o fim das eliminatórias, a Argentina enfrentou Inglaterra, Angola e Croácia
(além do Qatar). O Brasil mediu
forças com Emirados Árabes,
Rússia e Nova Zelândia, considerando só seleções regulares.
Até mesmo na festa de abertura, o fosso entre Brasil e Argentina foi visível. Enquanto
Pelé entrou com a taça, Maradona não participou do desfile.
NA TV - Argentina x Costa do Marfim
Globo, ESPN Brasil, Bandsports,
Directv e Sportv, às 16h
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