São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Doping é confirmado e tribunal afasta Dodô

Atacante e cartola do clube não explicaram o motivo

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A Comissão Nacional de Dopagem da CBF confirmou ontem à noite o resultado positivo na contraprova do exame do atacante Dodô, do Botafogo. A substância proibida encontrada foi o femproporex, um estimulante. O presidente do STJD (Superior Tribunal de justiça Desportiva), Rubens Approbato, suspendeu preventivamente o jogador por 30 dias.
No início da noite, o atacante Dodô e o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, confirmaram o resultado do exame, mas não souberam explicar o motivo do doping. "Apesar de ter aparecido essa substância, tenho minha consciência tranqüila, independente do que ocorrer", disse o jogador, que é vice-artilheiro do campeonato, com 7 gols. O exame que deu resultado positivo foi feito após o clássico contra o Vasco, vencido pelo Botafogo, 4 a 0, no mês passado -Dodô marcou dois.
O jogador deverá ser julgado em agosto. Ele pode ser punido por até 360 dias. A suspensão mínima é de 120 dias.
"Temos confiança absoluta na nossa comissão médica e no nosso atleta. Não temos uma explicação e vamos investigar isso até o fim", disse Freitas. O jogador contou que faz uso de três suplementos alimentares por orientação do clube. "Estamos surpresos. A única explicação é uma contaminação. O curioso é que todos os jogadores fazem uso desses suplementos e só o exame do Dodô deu positivo", afirmou o dirigente.
No clássico contra o Vasco, o goleiro Max fez o exame e nenhuma substância proibida foi encontrada. Dodô foi sorteado quatro vezes para exames antidoping no Campeonato Brasileiro. Na semana passada, no clássico entre Botafogo e Fluminense, ele fez o exame. O resultado ainda não foi divulgado.
O médico do Botafogo, Márcio Cunha, defendeu o fabricante dos suplementos, mas é favorável à investigação.
Segundo médicos, a substância melhora a performance, diminuindo a sensação de fadiga e aumentando a capacidade cardiorrespiratória, a força e a resistência muscular.
Em 2000, a mesma substância foi detectada no exame do lateral Athirson, ex-Flamengo. Ele foi absolvido em primeira instância pela Comissão Disciplinar do STJD, com o argumento de que teria havido erro de manipulação no suplemento alimentar Myo-Gen.
Uma perícia de seis produtos supostamente usados por Athirson, realizada pelo Laboratório Central Noel Nutels na véspera do primeiro julgamento, constatou a presença de femproporex nas únicas cápsulas sem identificação de procedência, que estavam no frasco do Myo-Gen. Ele foi inocentado, apesar de três amostras constatarem a presença de femproporex.


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