São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem-medalha chegam otimistas ao Rio

São Cristóvão e Névis e Ilhas Virgens Britânicas, que nunca tiveram atletas no pódio em Pans, prevêem término do jejum

Aruba traz a equipe mais diversificada dos azarões, com competidores no nado sincronizado, no ciclismo, no atletismo e no taekwondo

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A três dias do início do Pan do Rio, a maioria dos protagonistas dos Jogos já enviou seus primeiros representantes ao Brasil. Ontem também foi o dia da chegada de coadjuvantes.
Os atletas de São Cristóvão e Névis, que nunca subiu ao pódio nos Jogos, chegaram pela manhã à Vila Pan-Americana. Foi o primeiro país que busca conquistar sua primeira medalha a chegar ao Rio.
A realidade é similar à de outras pequenas ilhas que ainda sonham em participar de sua primeira cerimônia de pódio: Aruba, Ilhas Virgens Britânicas, Guadalupe e Martinica.
As duas últimas, presentes em Santo Domingo-03, nem irão enviar delegação ao Brasil.
Em comum, todos os países têm pouca extensão territorial e população escassa. Mas, mesmo alguns virgens de conquistas, fazem altas apostas sobre sua participação no Pan-07.
"Esperamos alcançar pelo menos seis medalhas nos Jogos do Rio. A delegação será composta por 20 atletas, e nossas maiores possibilidades de medalhas estão concentradas no atletismo", afirmou à Folha Glenville Jeffers, secretário-geral do Comitê Olímpico de São Cristóvão e Névis.
A grande aposta da entidade é nas provas de velocidade (100 m a 400 m). A maioria dos velocistas tem experiência em torneios universitários nos EUA.
Para atingir o pódio, o país aposta em Virgil Hodge e Tanika Liburd, no feminino, e Melville Rogers e Delwayne Delaney, no masculino.
Só Virgil aparece no ranking da Iaaf (entidade que comanda o atletismo) entre as melhores marcas dos 200 m no ano.
O maior feito da história esportiva do país foi a medalha de ouro de Kim Collins nos 100 m no Mundial de atletismo de Paris, em 2003. Nem o Brasil, com investimentos bem superiores, conseguiu ganhar um ouro na competição.
O triunfo de Collins, porém, foi em uma das finais mais lentas da história do Mundial. Seu tempo, de 10s07, só o colocaria à frente de Carl Lewis, que triunfou na prova na primeira edição do Mundial, disputada em Helsinque, em 1983.
Virgem até no nome, as Ilhas Virgens Britânicas são outro país que busca sua primeira glória pan-americana. E, para o Rio, o comitê local acredita que o jejum será encerrado.
"Nossa expectativa é conseguir uma medalha na prova feminina dos 100 m com a Tahesia Harrigan", comentou Dean Greenaway, secretário-geral do comitê olímpico local.
Tahesia foi campeã da prova nos Jogos Centro-Americanos e do Caribe, em 2006. Nesta temporada, sua melhor marca é 11s20, igual à da brasileira Lucimar Aparecida de Moura, principal velocista do país.
"Temos pouco apoio para desenvolvermos nossos projetos, apenas uma pequena subvenção que foi liberada pelo governo. Por isso, nossa atleta que irá correr os 100 m é a única esportista profissional da delegação", disse Greenaway.
Com cinco atletas, a delegação das Ilhas Virgens Britânicas é a segunda menor do Pan -Santa Lúcia também enviou o mesmo número de atletas. Apenas Dominica, com três competidores, todos do atletismo, possui time mais enxuto.
"O Pan será parte importante do processo de preparação de nossa equipe para os Jogos Olímpicos de Pequim, no ano que vem", declara o dirigente.
Já Aruba é o país nanico da América mais diversificado. O país classificou atletas para disputar nado sincronizado, ciclismo, atletismo e taekwondo. Mas nenhum deles chega ao Rio com chances reais de subir ao pódio. O que vier será lucro.


Texto Anterior: Santos: Carlinhos sai da "geladeira" e ganha chance
Próximo Texto: Quinze já têm pódio, mas não o gosto do ouro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.