São Paulo, domingo, 10 de julho de 2011

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Gerações

Em momentos opostos, Brasil , que manteve a base, e EUA , que se renovaram, disputam hoje vaga na semifinal da Copa feminina

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A DRESDEN

A seleção feminina do Brasil não é mais a mesma. A dos EUA tampouco. O 28º confronto da história dos dois times, hoje, em Dresden, que vale uma vaga na semifinal do Mundial, será provavelmente o mais imprevisível.
Para esta edição do torneio, o Brasil manteve sua base que nunca venceu, mas que convencia com um futebol encantador. Mas, na Alemanha, a seleção ganhou todos os jogos de maneira pragmática, com uma zaga firme, sem encher os olhos.
Já as americanas, que venceram tudo o que puderam, decidiram se renovar e, por causa disso, amargam um dos piores momentos de sua celebrada história.
A seleção brasileira, do técnico Kleiton Lima, discursava sobre renovação. Convocou várias jogadoras jovens e promissoras. Mas a base continua a mesma. Das 11 titulares, oito têm experiência em outros Mundiais. E as principais atletas são tarimbadas: desde a goleira Andréia, passando pela zaga, com Aline Pellegrino, indo até o meio com Formiga e ao ataque com Marta.
A espinha dorsal é a mesma que, nos últimos anos, exibia um futebol elegante, mas que esbarrava nas decisões -perdeu duas finais de Olimpíadas e uma de Copa.
Por isso, veio o jogo pragmático. "Nosso objetivo é vencer, por qualquer placar.
Dificilmente teremos goleadas", declarou Kleiton, em um discurso que causaria inveja a Muricy Ramalho e outros treinadores que priorizam a defesa e a força. Uma derrota hoje pode significar, também, uma renovação obrigatória. Andréia e Formiga têm 33 anos. Rosana, 29, e Ester, 28. Dificilmente todas elas estarão juntas na Copa do Mundo de 2015.
Já os EUA fazem o caminho inverso. Desde que perderam de 4 a 0 para o Brasil na última Copa do Mundo, em 2007, a mudança começou. Venceram a Olimpíada de 2008. E, desde então, nunca mais foram os mesmos.
Nas eliminatórias para o Mundial, as americanas perderam do México e só conseguiram a vaga no último jogo, contra a Itália. Das 16 seleções da Copa, foram as últimas a obter vaga no torneio.
Sem falar que, no Mundial sub-17, os EUA não conseguiram vaga. Na Copa sub-20, caíram nas quartas de final.
"Elas [americanas] mudaram muito. Nós também. Mas nós, em relação à última Copa, mantivemos o mesmo time. E os EUA caíram de rendimento porque a troca de algumas meninas foi muito grosseira", disse Formiga, em seu quinto Mundial.
É fato: das 11 titulares americanas, seis estreiam em uma Copa. "Todo trabalho de renovação esbarra em dificuldades. Os EUA são uma seleção renovada, é normal não ter resultados tão bons no começo", disse Kleiton.
A derrota para a Suécia, na primeira fase, assustou os americanos, que temem mais o Brasil do que o contrário.

BRASIL
Andréia; Erika, Aline e Renata Costa; Fabiana, Ester, Formiga, Rosana e Maurine; Marta e Cristiane
T.: Kleiton Lima

EUA
Hope Solo; Krieger, Rampone, Buehler e Le Peilbet; O Reilly, Lloyd, Lindsey e Cheney; Rodriguez e Wambch
T.: Pia Sundhage

Estádio: Rudolf-Harbig, em Dresden
Horário: 12h30
Árbitra: Jacqui Melksham (AUS)


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