DA REPORTAGEM LOCAL

Preparatórios para o Aberto dos EUA, os Masters Series de Toronto e Cincinnati estão ratificando um antigo temor dos tenistas latinos: especialistas no saibro (terra batida) dão vexame quando atuam em quadra dura.
No primeiro semestre, os únicos não-latinos que se atreviam a ter boas posições no circuito de saibro eram o sueco Magnus Norman e os russos Marat Safin e Ievguêni Kafelnikov. Agora, no começo da série em quadra dura, nomes como o equatoriano Nicolas Lappenti, o chileno Marcelo Ríos, os argentinos Mariano Puerta e Mariano Zabaleta e os espanhóis Carlos Moyá, Alex Corretja e Juan Carlos Ferrero não raro perdem na primeira rodada.
Lappenti, 24, 19º na Corrida dos Campeões, perdeu na estréia em Toronto para o austríaco Stefan Koubek, 46º da mesma lista. Em Cincinnati, mais uma queda no primeiro jogo, dessa vez para o marroquino Hicham Arazi.
O chileno Marcelo Ríos, que dava mostras de estar recuperado de uma cirurgia no púbis, também é outro que não está sendo bem-sucedido em sua passagem pelas quadras duras na América do Norte. No Canadá, Ríos, 28º do ranking, perdeu para o francês Jerome Golmard, então 42º e que também eliminou Andre Agassi.
Em Cincinnati, tombou na segunda rodada diante de um especialista em quadras rápidas, o australiano Mark Philippoussis.
Campeão em Indian Wells no começo do ano, ironicamente uma quadra dura, o espanhol Alex Corretja, sétimo no ranking, retrocedeu em desempenho no retorno a este piso. Em Cincinnati foi eliminado logo na primeira partida pelo sueco Jonas Bjorkman, que ontem se tornou o algoz de outro espanhol, Carlos Moyá, ex-número um do mundo.
Maior revelação espanhola na virada desta década, Juan Carlos Ferrero não passou da terceira rodada em Toronto. Em Cincinnati, foi outro que caiu na estréia.
O brasileiro Gustavo Kuerten, finalista em dois Masters Series em quadra dura, também não tem impressionado. Em Toronto, perdeu na segunda rodada.
Os resultados precários em quadra dura atrapalham a vida dos latinos justamente na etapa de definição da Corrida dos Campeões, que leva em consideração apenas os resultados da atual temporada.
Dos grandes torneios que restam na temporada, somente o Masters Series de Paris não é em quadra dura -mas em carpete, o que deve dificultar mais a situação dos latinos, uma vez que torna mais veloz ainda as trocas de bola. Mesmo a Copa do Mundo, com os oito melhores do ano, em novembro, será em piso rápido.


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