DO ENVIADO A PEQUIM

"Eles são nossos ídolos. Para nós é uma honra jogar contra eles", afirmou Morais, logo após deixar a quadra na partida em que Emanuel e Ricardo, atuais campeões olímpicos, venceram a parceira que ele forma com Fernandes por fáceis 2 sets a 0 (21/8 e 21/13).
"Eles não são tão frágeis. É uma dupla que não teve tanta chance de jogar no Circuito Mundial. Defenderam bolas difíceis", contemporizou Ricardo, ao ser questionado sobre a fragilidade do rival.
Para Emanuel, é indiferente quem é o adversário na estréia. "Respeito todos. Se está aqui, é porque tem méritos. Vou jogar sempre como se estivesse fazendo o último jogo da vida."
No set inicial, os brasileiros se beneficiaram dos constantes erros dos angolanos, tanto no ataque quanto na recepção.
Morais/Fernandes não conseguia nem parar o saque de Emanuel, nem superar o bloqueio de Ricardo, de 2,00 m.
No set seguinte, os angolanos melhoraram no ataque, mas a partida se manteve empatada só até o quarto ponto.
Após conseguir a vantagem de 5 a 4, Emanuel foi para o saque. E, em uma sucessão de aces, erros de recepção do adversário e contra-ataques, os brasileiros marcaram cinco pontos, distanciando-se. "Apesar de sermos mais velhos do que eles, eles são mais experientes do que nós no Circuito Mundial", disse Morais, de 40 anos -seu colega tem 41.
"Conseguimos disputar o Circuito só a partir de 2007. E queríamos muito enfrentar nossos ídolos. Isso nunca foi possível lá, mas felizmente ocorreu na Olimpíada. Aprendemos bastante."
Além do assédio dos angolanos, Emanuel destacou que tem sido procurado até por membros da delegação brasileira para comentar sobre sua experiência como campeão em Atenas-04.
"É engraçado porque muitas pessoas têm me procurado. Falei outro dia com o pessoal do handebol masculino, que estava curioso", diz Emanuel, que também tem seus pontos de referência na delegação. "Conversei com o [Robert] Scheidt", contou ele, referindo-se ao velejador, bicampeão olímpico na classe laser.
Emanuel/Ricardo volta à quadra às 2h da madrugada de amanhã, contra Renato Gomes e Jorge Terceiro, brasileiros que jogam pela Geórgia com os nomes de Geor/Gia.0 (ALF)


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