São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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VÔLEI

Após "treino", brasileiras pegam russas

Atletas batem Argélia com facilidade e enfrentam rivais que as derrotaram na decisão do Mundial-2006

DA ENVIADA A PEQUIM

A Rússia ganhou atenção especial das brasileiras na preparação olímpica. Para adaptar as jogadoras à cadência do jogo rival, o técnico Zé Roberto desacelerou os treinos. No Japão, colocou o time para fazer amistosos contra homens. E ontem realizou seus últimos testes.
A seleção feminina de vôlei enfrenta as russas na madrugada de amanhã, às 3h30 (horário de Brasília), após um último ensaio bem-sucedido, contra a Argélia, na estréia em Pequim.
O Brasil venceu por arrasadores 3 sets a 0 (25/11, 25/11 e 25/10), em 57 minutos, no Ginásio Capital, em Pequim.
O time nacional aproveitou a fragilidade do adversário para testar estratégias que irá colocar em prática contra a Rússia, que foi derrotada na estréia pela Itália por 3 sets a 1 (25/20, 17/25, 25/16 e 25/23).
O saque foi uma delas. As brasileiras conseguiram quebrar o passe das argelinas durante todo o jogo, além de marcar cinco pontos diretos. Com isso, o bloqueio funcionou com muita eficiência -foram 17 pontos no fundamento, contra apenas um das adversárias.
A meio-de-rede Fabiana foi a maior pontuadora, com 11 pontos. Ela não errou nenhum dos oito ataques e anotou dois pontos de bloqueio e um de saque.
"Usamos esse jogo mais como um treino, para testar as coisas que queremos mostrar contra a Rússia. Não conhecíamos a equipe, não tínhamos informações sobre elas, então tivemos de fazer o nosso sem pensar nas rivais", afirmou a levantadora e capitã Fofão.
Durante a estada da equipe no CT de Saquarema, no Rio, antes da disputa do Grand Prix, Zé Roberto havia feito mudanças no treino para simular o padrão russo. A equipe européia joga com bolas mais altas e lentas, variando o tempo de marcação do bloqueio.
Elas também têm como ponto forte a força física. Por isso, além de usar homens nos treinos, o Brasil fez dois jogos com times masculinos no Japão, onde a seleção ficou hospedada durante a aclimatação para os Jogos Olímpicos. "Elas têm de aprender a defender essas porradas", afirmou o técnico.
Das candidatas ao ouro na Olimpíada de Pequim, a Rússia foi a única que não disputou o Grand Prix, vencido pelo time brasileiro no fim de julho.
"Temos de nos preparar para o que virá. Tentamos colher imagens delas, mas não tivemos esse contato direto como com outras seleções. E a Rússia é uma equipe bastante perigosa", disse Zé Roberto.
O último duelo decisivo entre as equipes traz más lembranças às brasileiras. Na final do Mundial-2006, a seleção deixou escapar o inédito ouro. Na semifinal de Atenas-2004, as algozes também foram as russas. (MARIANA LAJOLO)


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